Haddad recebe apoio de países latinos à tributação de bilionários
Proposta de Haddad é discutida na presidência brasileira do G20 e recemtemente recebeu endosso dos países europeus França e Espanha
atualizado
Compartilhar notícia
A proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de taxação dos bilionários recebeu o apoio dos países integrantes da Plataforma Regional de Cooperação Tributária para América Latina e o Caribe (PTLAC). Eles endossaram, por meio de comunicado conjunto, a proposta discutida na presidência brasileira do G20.
O documento foi aprovado em reunião da PTLAC realizada esta semana em Santiago, capital do Chile, durante o 36º Seminário Regional sobre Política Fiscal da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), onde se reuniu o conselho de ministras e ministros de Fazenda, Economia e Finanças da entidade.
Representando o Ministério da Fazenda, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou a importância do apoio e falou sobre a necessidade de uma tributação mais progressiva.
“O avanço das discussões e ações em cooperação internacional na tributação nos últimos 10 anos nos mostram que é possível irmos além”, pontuou.
Na ocasião, os países da plataforma também destacaram o potencial de um tributo mínimo em escala internacional para o financiamento de ações essenciais.
“Os sistemas tributários permitem financiar bens públicos como educação, saúde e infraestrutura, que são fundamentais para o crescimento econômico, a redução das desigualdades e a coesão social. Eles facilitam a mobilização dos recursos necessários para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade”, diz o texto.
“Apoiamos as propostas apresentadas pelo Brasil durante sua presidência do G20 sobre a necessidade de avançar para um sistema tributário internacional progressivo que complemente os esforços dos países da região na mobilização de recursos para expandir o espaço fiscal”, continua o comunicado.
A proposta de Haddad
Recentemente, os europeus França e Espanha endossaram a proposta, que consiste na criação de um sistema tributário internacional. Os impostos corporativos internacionais teriam alíquota de 20% e seria constituído um fundo que seria complementado com a taxação da riqueza dos super-ricos.
Essa ideia vem sendo desenhada pelos economistas Gabriel Zucman e a prêmio Nobel de Economia Esther Duflo. O fundo teria US$ 500 bilhões, recursos que seriam canalizados para projetos socioambientais, com o objetivo de combater a pobreza e as mudanças climáticas.
Em agenda nos Estados Unidos no mês passado, Haddad recebeu o apoio do senador americano Bernie Sanders, símbolo da esquerda americana. “Precisamos de justiça ao redor do mundo, e vou fazer meu melhor para que os Estados Unidos sigam isso”, disse Sanders em entrevista ao lado de Haddad em 18 de abril.