Haddad anuncia Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira para diretoria do BC
Senado precisa referendar nomes escolhidos pelo presidente Lula e anunciados por Fernando Haddad. Mensagem deverá sair nos próximos dias
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (30/10) mais dois nomes para a diretoria do Banco Central (BC): o servidor de carreira Rodrigo Alves Teixeira para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta e o também economista Paulo Pichetti para a Diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos.
Eles deverão ocupar as vagas deixadas por Fernanda Guardado (Diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Mauricio Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta). Os dois mandatos se encerram no dia 31 de dezembro de 2023, mas o governo busca indicar os sucessores a tempo de serem aprovados pelo Senado até o fim deste ano.
Durante a última semana, após receber aval de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou os nomes ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Casa responsável por validar as indicações. O titular da pasta disse ter tratado com Pacheco sobre os perfis dos indicados, “para ele não ficar sabendo pela imprensa”.
A procura por Pacheco antes do anúncio dos nomes foi uma nova estratégia adotada por Haddad, ante a um desconforto causado em maio, quando o governo indicou os dois primeiros nomes à autoridade monetária e surpreendeu boa parte da classe política.
Na ocasião, o presidente do Senado só teria ficado sabendo dos nomes quando o anúncio foi feito à imprensa, o que teria causado desconforto.
O presidente da República oficializa as indicações via mensagem ao Congresso, que deverá ser publicada nos próximos dias. Os indicados precisam passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, em seguida, por votação no plenário da Casa.
Lula e Haddad contarão com quatro de nove cadeiras no Copom
Com as novas indicações, que ainda terão de ser aprovadas pelo Congresso, o governo federal passará a contar, a partir de 2024, com quatro das nove cadeiras do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Neste ano, Lula indicou Gabriel Galípolo (ex-número de 2 de Haddad no Ministério da Fazenda) para a Diretoria de Política Monetária e Ailton de Aquino para a Diretoria de Fiscalização do BC. Desde agosto, eles participam das reuniões do Copom, atualmente presidido por Roberto Campos Neto.
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto tem protagonizado episódios de antagonismo com o Palácio do Planalto desde janeiro. A pressão diminuiu no segundo semestre, quando o Copom iniciou o ciclo de corte de juros.
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