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Haddad sobre meta fiscal zero em 2024: “Vamos torcer para dar certo”

Nos EUA, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as negociações da agenda econômica com o Congresso tiveram “evolução positiva”

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ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista - metrópoles
1 de 1 ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista - metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Cumprindo agenda em Washington, nos Estados Unidos, nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, sem detalhar, que as negociações da agenda econômica com o Congresso estão “evoluindo”.

Questionado nesta quarta-feira (17/4) sobre o comprometimento da meta de déficit fiscal zero em 2024, o ministro respondeu:

“Nós estamos vendo a evolução das votações no Congresso, né? Vocês estão acompanhando. Teve uma evolução positiva ontem as negociações. Vamos torcer para dar certo”, afirmou Haddad.

Depois de se comprometer em buscar um superávit (o saldo positivo da relação entre receitas e gastos públicos, descontados os juros da dívida) de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, na última segunda-feira (15/4), o governo apresentou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, com uma meta fiscal de déficit zero (receitas iguais às despesas) para o próximo ano, a mesma deste ano.

A mudança demonstra certa cautela do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e indica que o ciclo de ajuste fiscal foi prolongado.

Mesmo neste ano, o cumprimento da meta zero ainda depende da aprovação de medidas na Câmara e no Senado.

Reações negativas

A mudança na meta gerou reações negativas no mercado financeiro. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que também está nos EUA, afirmou que alterações na meta fiscal tornam o trabalho da autoridade monetária “muito mais difícil” e aumentam o custo da política de juros.

“Torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas”, afirmou. E completou: “Então, sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto”.

“Não vou comentar a fala do Roberto Campos, até porque não li o contexto, não encontrei com ele hoje”, se limitou a dizer Haddad quando perguntado sobre o comentário.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março, o colegiado do BC reduziu a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano. A próxima reunião ocorrerá entre os dias 7 e 8 de maio. Apesar de sinalizar mais um corte da mesma magnitude na reunião de maio, para o encontro de junho, o Copom indicou que pode interromper o ritmo de cortes.

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Haddad com agenda em Washington

O titular da Fazenda tem compromissos na capital americana desde terça-feira, e lá seguirá até a próxima sexta (19/4). Ele participa do Encontro de Primavera dos Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais, que também inclui a segunda reunião da trilha financeira do G20.

Um dos focos principais da agenda é mostrar que a proposta brasileira de taxação dos super-ricos tem recebido apoio internacional. A proposta tributária de Haddad será discutida nesta quarta-feira, no Fundo Monetário Internacional (FMI), em evento sobre tributação.

Outro destaque na viagem de Haddad é a agenda de combate à fome, uma das prioridades do governo do presidente Lula. Nesse cenário, o ministro participa, também nesta quarta, de um painel sobre a força-tarefa de combate à fome, que será realizado na sede do Banco Mundial.

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