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Haddad: governo quer sabatina de presidente do BC no “recesso branco”

Segundo o ministro, está programado uma conversa entre Senado e Lula sobre a possibilidade da sabatina ocorrer antes das eleições municipais

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taxa ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista, região central de São Paulo meta - metrópoles
1 de 1 taxa ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista, região central de São Paulo meta - metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quinta-feira (22/8), que o governo federal pretende que a sabatina do indicado à presidência do Banco Central (BC) no Senado Federal ocorra durante o período de recesso branco, ou seja, antes das eleições municipais de 2024.

“Tudo está programado para uma conversa entre Senado e Planalto sobre a possibilidade de fazermos a sabatina durante esse processo de recesso branco”, afirmou o ministro a jornalistas no Ministério da Fazenda.

“Eu conto com a simpatia do Senado em relação a esse tema”, completou Haddad.

Assista:

 

Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não informou qual será o nome do sucessor de Roberto Campos Neto, presidente do BC até 31 de dezembro de 2024, bem como os dois nomeados à diretoria do banco.

Questionado sobre quem sucederia Campos Neto, Haddad se esquivou e afirmou que não iria antecipar o nome. “Isso é atribuição do presidente Lula, que vai indicar”, frisou. “Eu acredito que ele já tenha o nome do presidente [do BC] em mente.”

O próximo presidente do BC ficará na cadeira por quatro anos. O principal nome cotado é o do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, que foi braço-direito de Haddad no primeiro semestre de 2023, como secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Além da presidência, Lula também deverá indicar outros dois nomes ao BC, uma vez que os mandatos de Otávio Damaso (diretor de Regulação) e Carolina de Assis (diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta) também vencem em dezembro deste ano. Se Galípolo for indicado para a presidência do órgão, sua vaga na Diretoria de Política Monetária também precisará ser preenchida.

Haddad respondeu que os nomes poderão ser enviados à análise do Senado em bloco, isto é, em conjunto. Depois da sabatina, os indicados precisam ser aprovados pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, na sequência, pelo plenário da Casa.

Autonomia do BC

Segundo a lei de autonomia do BC, aprovada em 2021, no governo Jair Bolsonaro (PL), o presidente e os oito diretores do BC passaram a ter mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o mandato do presidente da República. Lula é o primeiro titular do Palácio do Planalto a conviver com um presidente da autoridade monetária não indicado por ele.

O petista já acusou o chefe da autoridade monetária de ter alinhamento ideológico com Bolsonaro e o responsabilizou pelo atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 10,50% ao ano e é considerado por ele muito elevado para o momento econômico do país.

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