Haddad: governo criará grupo sobre transparência de preços da Petrobras
Ministro da Fazenda anunciou reoneração no preço da gasolina e do etanol. Haddad afirmou que medidas valem a partir de quarta-feira (1º/3)
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta terça-feira (28/2), que o governo federal está montando um grupo de trabalho interministerial para discutir a transparência da política de preços da Petrobras. A equipe será composta por membros da Casa Civil e dos ministérios de Minas e Energia, da Fazenda e do Planejamento.
“Não estamos tendo sucesso, até aqui, em dar maior transparência à tomada de decisão da empresa em relação a esse tópico [política de preços da estatal]”, afirmou o ministro.
Haddad citou, como exemplo, estimativas de técnicos da pasta de que “o preço dos gás está bastante acima do PPI [política de paridade de preços internacionais], nós vamos checar isso”.
A política de preços da Petrobras é atrelada aos valores praticados pelo mercado internacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um crítico da medida. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a pasta agirá de forma “vigorosa e contundente” no tema da transparência dos valores.
Fernando Haddad anunciou, em coletiva, reoneração de R$ 0,47 na gasolina e de R$ 0,02 no etanol. “Para bancar a mudança, haverá majoração no imposto de exportação sobre o óleo cru no período de quatro meses”, afirmou.
“A reoneração da gasolina será de R$ 0,47, o que, com o desconto de R$ 0,13 centavo da Petrobras, dá um saldo líquido de R$ 0,34. E a reoneração do etanol será de R$ 0,02, mantendo a diferença de R$ 0,45 centavo. E o diesel, que caiu R$ 0,08 centavo. E, como não há reoneração, estamos falando de uma queda de preço do diesel nessa proporção, pois está desonerado até o fim do ano”, disse o ministro da Fazenda.
Haddad explicou que o anúncio aguardou a manifestação da Petrobras sobre o preço dos combustíveis. Ele também destacou que o governo federal tem “compromisso de recuperar receitas perdidas ao longo do processo eleitoral por razões demagógicas”, e que a medida leva em consideração a sustentabilidade ambiental, uma vez que o etanol é um combustível não fóssil.