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Haddad evita críticas após alta de juros no Copom: “Não me surpreendi”

Ministro Fernando Haddad disse que só irá comentar a decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros (Selic) na semana que vem

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1 de 1 imagem colorida ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento crescimento - Metrópoles - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não ter ficado surpreso com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, para 10,75% ao ano, com aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.).

A decisão do colegiado, anunciada no início da noite desta quarta-feira (18/9), foi tomada por unanimidade entre os nove integrantes, incluindo os quatro indicados pelo presidente Lula (PT).

“Eu não me surpreendi, mas eu só vou comentar a decisão depois da leitura da ata na semana que vem, como de hábito. Vou dar uma olhada, vou conversar internamente e vou verificar o que esperar aí para o futuro próximo e aí eu comento para vocês”, disse Haddad nesta quarta-feira (18/9), em conversa com jornalistas ao deixar o ministério.

A decisão do Copom marca uma retomada da elevação de juros, o que não ocorria há dois anos. A última subida da Selic foi em 15 de agosto de 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL). À época, o colegiado aumentou os juros de 12,75% para 13,25% ao ano — essa era a maior taxa desde 2016.

A Selic volta ao patamar de março deste ano, de 10,75% ao ano — quando o Copom seguia fazendo cortes. Em 2024, a redução da taxa de juros só foi interrompida em 19 de junho.

Corte de juros nos EUA

Haddad comentou outra importante decisão desta “superquarta”, tomada pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que decidiu cortar em 0,50 ponto percentual os juros nos Estados Unidos. A taxa, que estava no intervalo de 5,25% a 5,50% desde julho de 2023, foi reduzida para 4,75% a 5% ao ano.

A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), anunciada nesta quarta-feira (18/9), era esperada há meses por investidores. Este foi o primeiro corte nos juros desde 2020. As taxas estavam no maior patamar em uma tentativa de conter a inflação após a pandemia de Covid.

“Eu penso que veio um pouco atrasado, mas veio. Nós estávamos esperando para junho o corte do banco central americano. Teve uma pequena turbulência no começo do ano que, decerta maneira, causou nos mercados todos alguma turbulência”, salientou Haddad.

E completou: “Mas eu penso que agora deve entrar numa trajetória de cortes e eu penso que isso vai ser duradouro. Não acredito que em 2025 e 2026 nós tenhamos surpresas, o que é ótimo para o Brasil e para o mundo, porque isso dá um alívio doméstico grande e nos coloca uma responsabilidade de continuar fazendo um trabalho de arrumação da casa aqui para colher os frutos desses ventos favoráveis”.

Diferentemente do que ocorreu no comitê brasileiro, a decisão do comitê do Fed não foi unânime, uma vez que Michelle Bowman votou pelo corte de 0,25 p.p. Votaram a favor da redução de 0,50 p.p: Jerome Powell; John Williams; Thomas Barkin; Michael Barr; Raphael Bostic; Lisa Cook; Mary Daly; Beth Hammack; Philip Jefferson; Adriana Kugler; e Christopher Waller.

Agora, com juros menores nos EUA, a expectativa é de melhora na atividade econômica e de novo ânimo para que os investidores procurem mais rentabilidade, destravando investimentos diretos e também nas bolsas de valores.

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