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Haddad diz que nenhum diretor do BC antecipa voto sobre juros a ele

Na semana passada, comitê do Banco Central (BC) reduziu a taxa de juros em patamar menor do que o esperado pela equipe de Haddad

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1 de 1 roberto-campos-neto-fernando-haddad - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (17/5) que nenhum dos nove diretores do Banco Central (BC) antecipa seu voto sobre a taxa básica de juros, a Selic, a ele. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros do país, a Selic, de 10,75% para 10,50% ao ano.

A decisão não foi unânime e houve divisão na discussão sobre o tamanho do corte. Dos oito diretores, quatro deles, todos indicados pelo atual governo do PT, votaram a favor da redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) da Selic. Outros quatro optaram por uma queda menor, de 0,25 ponto percentual. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, resolveu o impasse. Ele aderiu à segunda turma, pelo corte de 0,25 p.p.

A decisão tomou alguns agentes de surpresa, pois o Copom tinha indicado na reunião de março um corte de 0,50 ponto percentual.

“Na verdade nenhum dos nove diretores do Banco Central deveria comunicar absolutamente nada antes da reunião do Copom para a equipe do Ministério da Fazenda”, afirmou o ministro a jornalistas nesta tarde.

E completou: “É um procedimento natural, você troca informações ao longo das semanas, nós mandamos informações pra eles, eles mandam pra nós. Muitas vezes nós trocamos ideias, mas jamais se toca nesse tipo de assunto antes da reunião do Copom não. E depois da ata você pode conversar sobre o assunto, o que certamente vai ocorrer, mas não há uma antecipação de nenhum dos nove diretores”.

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Roberto Campos Neto e Fernando Haddad
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Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e o ministro de Estado da Fazenda, Fernando Haddad

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Roberto Campos Neto e Fernando Haddad

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente do órgão, Campos Neto, afirmou que nunca comunicou ministros sobre mudanças na orientação sobre a política monetária (“guidance”) nem no governo anterior, que o indicou, e que não o fará agora.

“Já teve muitas mudanças de guidance — estou aqui há seis anos — e em nenhum momento passou pela minha cabeça ligar para o ministro Paulo Guedes para falar que eu achava que o guidance ia mudar para A, B ou C. É uma prerrogativa do Banco Central, que tem autonomia. Nunca fiz isso no governo anterior e com certeza não planejo fazer neste”, afirmou.

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