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Haddad diz que não se corrige inflação de 2024 “aumentando juros”

A declaração do ministro Fernando Haddad ocorre após o IPCA, índice que mede a inflação no país, chegar ao teto da meta definida para 2024

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1 de 1 Imagem colorida do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, em evento no Planalto - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não dá para “corrigir a inflação de 2024 aumentando os juros”. A declaração ocorreu nesta sexta-feira (9/8), horas após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ter chegado ao teto da meta definida para 2024.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o valor do índice no acumulado em 12 meses é de 4,5%. Ou seja, ficou no teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — que é de 3% com variação de 1,5 ponto percentual.

“Hoje, os juros afetam a inflação de 2026. Você não vai corrigir a inflação de 2024 aumentando o juros. Você tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber o remédio adequado para conter um eventual aumento de preços”, disse Haddad a jornalistas.

Haddad diz que esperava alta da inflação e pede cautela

Ele também informou que já esperava alta na inflação neste ano, devido ao cenário internacional da economia, que teve uma queda significativa do dólar nas últimas semanas.

“O BC [Banco Central] tem o mandato para cuidar da inflação, nós estamos acompanhando, tomando as medidas necessárias para que o BC tem falado a respeito”, pontuou.

“O dólar teve uma queda significativa nos últimos dias e a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação neste ano”, completou.

O ministro da Fazenda ainda reforçou que o governo federal tem que acompanhar “sem ansiedade” a inflação no país e tomar “medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo com a inflação baixa e a renda do trabalhador continuar subindo”. Ele acrescentou que os dados do IBGE mostram “boas notícias em relação à cesta básica, e aos preços de alimentos”.

Apesar de adotar um discurso de cautela, Haddad ressaltou que o governo federal esperava que houvesse uma mexida na inflação deste ano. “O BC já parou os cortes, vamos analisar com calma, muita coisa para acontecer esse ano ainda, sobretudo no cenário internacional”.

Desoneração e o PLOA

Questionado sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 e as conversas com o Congresso Nacional sobre a compensação da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e dos municípios, Haddad afirmou que precisa apresentar o PLOA ao presidente Lula (PT) e que as medidas compensatórias precisam ser aprovadas em decorrência da decisão da Justiça.

“E em relação à compensação, tem uma decisão judicial a ser cumprida. Que são esses recursos, na ordem de R$ 27 bilhões e R$ 28 bilhões, isso tem que ser considerado para que nós possamos alcançar as metas estabelecidas”, frisou o ministro.

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