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Haddad diz que governo não vai baixar IOF para conter a alta do dólar

Possibilidade de baixar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) veio nesta semana. Haddad reiterou necessidade de melhorar comunicação

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro da Economia, Fernando Haddad, é entrevistado no estúdio do Metrópoles
1 de 1 Ministro da Economia, Fernando Haddad, é entrevistado no estúdio do Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta terça-feira (2/7) que o governo vá adotar medidas que mexam no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio como forma de conter a alta do dólar. O ministro reiterou a necessidade de melhorar a comunicação sobre a economia, como já havia falado na segunda (1º/7).

Ele terá uma reunião, na próxima quarta (3/7), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar das medidas que garantam o cumprimento do Marco Fiscal (ou arcabouço) neste e nos próximos dois anos.

O dólar voltou a oscilar de forma intensa nesta terça. Por volta das 10h45, a moeda americana registrava alta de 0,36%, cotada a R$ 5,67. Às 11h15, baixou para R$ 5,66. Na véspera, havia fechado em R$ 5,65, o maior patamar desde janeiro de 2022, com elevação de 1,15%.

“A nossa agenda com o presidente amanhã é exclusivamente na agenda fiscal. Não sei da onde saiu esse rumor, mas não. Aqui na Fazenda nós estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal para apresentar para ele propostas para cumprimento do arcabouço 2024, 2025 e 2026”, disse Haddad a jornalistas após se reunião com deputados do grupo de trabalho (GT) da reforma tributária.

Questionado se é isso que o governo pode fazer para conter o dólar, o ministro respondeu: “Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação a autonomia do Banco Central, como o presidente fez hoje de manhã, quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas. É questão mais comunicação do que de outra coisa”.

O presidente Lula tem dado uma série de entrevistas nas últimas semanas nas quais critica a atual gestão do Banco Central (BC) e o presidente Roberto Campos Neto. No início da manhã desta quarta, o petista afirmou que a subida do dólar “preocupa”, mas acrescentou que “há um jogo especulativo contra o real no país”.

As falas do presidente têm gerado reações negativas por parte de investidores. Esta cruzada por parte de Lula começou às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, que manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5%.

O entendimento é que o próximo líder do BC poderá ser mais flexível às concepções de Lula para a economia. Um dos pontos seria um poder maior do Executivo sobre o Banco Central.

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Haddad não explicitou se nesta quarta já será apresentada alguma proposta de ajuste de gastos, se limitando a dizer que isso já está sendo trabalhado há dois meses dentro do governo

“Eu não estou querendo marcar datas porque nós estamos há 60 dias trabalhando nisso. Vocês vêm cobrindo esse assunto a sessenta dias, o presidente está mobilizando o Planejamento, MGI [Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos], Casa Civil e Fazenda para não só para elaboração do orçamento de 2025, como para execução orçamentária de 2024”, afirmou.

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Em seguida, Haddad frisou que Lula está “preocupado” com o tema e hoje mesmo falou sobre isso. “Elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do BC e é nessa linha que nós vamos despachar com ele amanhã. Esses rumores eu, sinceramente, eu penso que é de gente interessada… Eu não sei da onde sai essa questão. É normal, mas assim quando me perguntam eu respondo aquilo que nós estamos trabalhando, nós estamos trabalhando na agenda fiscal.”

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