Haddad diz que fala de Lula sobre Gaza foi “grito de socorro”
Ministro da Fazenda e um dos principais auxiliares de Lula, Haddad disse que a fala foi pertinente e defendeu o Estado palestino
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta quarta-feira (21/2), a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, no fim de semana, comparou a morte de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto.
“Pode ser discutido uma palavra ou outra do discurso do presidente, mas o grito de socorro do presidente, ele é pertinente. Não podemos ficar indiferentes ao que está acontecendo, que é muito grave”, disse Haddad em entrevista à jornalista Miriam Leitão.
Na sequência, Haddad defendeu a criação de um Estado palestino: “Eu não gostaria de sair da essência, que é buscar a solução para aquele problema, de preferência com dois Estados, como está previsto na resolução das Nações Unidas. O Estado de Israel, que o Brasil defende, todos nós defendemos sua integridade, depois de tudo que o povo judeu viveu. Não tenho a menor dúvida que isso se revelou uma necessidade histórica incontornável, a do Estado palestino”.
Haddad é descendente de libaneses por parte de pai e disse que se sente especialmente emocionado quando vê notícias dessa guerra no Oriente Médio.
Um dia após se reunir com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, o presidente Lula comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao massacre promovido por Hitler contra judeus no século XX. A declaração foi dada no último domingo (18/2), em coletiva de imprensa ao encerrar o giro do presidente brasileiro pela África.
Para Lula, não se trata de uma guerra entre soldados e soldados, mas de “uma guerra de um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”. “Se teve algum erro nessa instituição que recolhe dinheiro, puna-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para o povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”.
E completou:
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
A fala do petista tem causado uma série de reações na diplomacia e no meio político. No Brasil, desde o início da semana, deputados da oposição colhem assinaturas para um pedido de impeachment de Lula.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, tem feito uma série de críticas ao presidente brasileiro. Parte da comunidade judaica apela para que Lula apresente um pedido público de desculpas, o que, até o momento, o presidente não deu sinais de que irá fazer.