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Haddad diz que boicote do Carrefour “não faz sentido” e espera recuo

Ministro se pronunciou a respeito do anúncio da rede de vetar a venda, na França, de carne produzida no Mercosul

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Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Washington, capital dos Estados Unidos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Washington, capital dos Estados Unidos - Metrópoles - Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (25/11), que o boicote do Carrefour francês à carne produzida no Mercosul “não faz sentido”.

“Eu não vou ficar comentando a atitude de empresa, mas enfim, houve uma reação justificável a esse tipo de declaração. Uma empresa que está instalada no Brasil… Não faz muito sentido (suspender a compra da carne)”, afirmou o ministro.

O Carrefour anunciou no fim da semana passada que não iria comercializar na França a proteína animal produzida nos países do Mercosul. A medida foi uma resposta aos muitos protestos de agricultores locais contra a possível assinatura de um acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. Desde então, há uma crise.

Uma das reações que houve foi a decisão de frigoríficos brasileiros de não fornecer carne para o Carrefour no Brasil, em retaliação à medida adotada pela empresa na França.

Ainda nesta segunda, Haddad afirmou que, durante o encontro do G20, realizado no Rio de Janeiro na semana passada, esteve com o presidente da França, Emmanuel Macron. Na ocasião, Haddad disse que o acordo entre Mercosul e União Europeia “devia ser firmado sem prejuízo” aos pontos levantados por Macron.

“Eu disse no jantar, foi que o governo brasileiro entendia que o acordo devia ser firmado sem prejuízo daquilo apontado pelo presidente Macron, de estabelecer nexos entre as cadeias produtivas das duas regiões”, afirmou Haddad nesta segunda.

Início da polêmica

O anúncio do Carrefour francês sobre a decisão de que não iria mais comercializar a carne produzida nos países do Mercosul foi feito na quarta-feira (20/11). Um compromisso foi feito por meio de uma carta do CEO do grupo, Alexandre Bompard, enviada ao sindicato agrícola francês FNSEA.

A decisão do Carrefour foi tomada no contexto de um grande número de protestos na França contra a assinatura do acordo de livre comércio entre UE e Mercosul. Produtores do país realizam massivas manifestações contra a medida, que consideram ser uma ameaça aos produtos locais.

Ainda na quarta, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) se manifestou, por meio de nota, contra a medida. “Entendemos não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul. Seguimos os mais rigorosos padrões sanitários e ambientais, que garantem sua qualidade em todas as operações de venda de proteína brasileira ao exterior”, escreveu no comunicado.

Após a polêmica, frigoríficos brasileiros decidiram suspender o fornecimento de proteína animal ao Carrefour no Brasil. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se disse “feliz” com a medida.

O que diz o Carrefour

O Carrefour afirmou ao Metrópoles, por meio de nota na quinta-feira (21/11), que a suspensão da venda de carne do Mercosul se restringe à rede na França. “Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em contexto de crise”, comunicou a empresa.

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