Haddad defende “sanear” cadastros para liberar espaço no orçamento
Ministro Fernando Haddad levou ao presidente Lula defesa da revisão dos cadastros como forma de liberar espaço para outras despesas
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (17/6) que levou ao presidente Lula (PT) várias planilhas sobre a evolução das receitas e das despesas públicas. Segundo ele, o foco da reunião realizada no Palácio do Planalto foi a revisão de alguns cadastros, feitos para recebimento de benefícios previdenciários e assistenciais.
“Mostramos também as principais unidades de dispêndio, com foco em alguns cadastros que ele [Lula] considera importante. Então, tomamos até a experiência do Rio Grande do Sul recente, em virtude das chuvas lá, o trabalho que foi feito, o saneamento dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários, do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que as despesas discricionárias continuem no patamar adequado para os próximos anos”, disse Haddad ao chegar na sede da Fazenda, após a reunião.
Haddad não indicou quando uma decisão final poderá ser tomada nem especificou quais cadastros serão analisados. “Foi uma reunião de uma hora e meia, não foi uma reunião que consegue completar o ciclo”, salientou. No ano passado, por exemplo, o governo federal fez um “pente-fino” nas irregularidades de cadastro do programa Bolsa Família.
“A Casa Civil, o Planejamento e a Fazenda prepararam vários gráficos para ele [Lula] entender, compreender a evolução das despesas e o que isso significa de impacto, para que ele se familiarize com os números e uma proposta de equacionamento dessas questões.”
A reunião foi da Junta de Execução Orçamentária (JEO). Além de Haddad, também integram a junta as ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão) e o ministro Rui Costa (Casa Civil).
A equipe econômica tem até o final de agosto para apresentar a peça orçamentária de 2025, que deverá conter algumas medidas de corte de gastos, como vem sido demandado pelo empresariado e por parte da classe política.
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O titular da pasta ainda frisou que a reunião foi “muito produtiva”.
“Eu senti o presidente bastante mais senhor dos números, se apropriou dos números com muita atenção, abriu um espaço importante de discussão dessas questões, ficou até surpreso com a notícia de que a carga tributária no Brasil ano passado caiu”, completou.