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Haddad culpa “ruídos” por alta do dólar: “Precisa comunicar melhor”

Ministro afirma que primeiro semestre foi de bons resultados na economia do país e disse estar confiante sobre cumprimento de meta fiscal

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Imagem colorida mostra o ministro da Fazenda Fernando Haddad, um homem branco vestindo um terno cinza e uma camisa branca, diante de um púlpito com microfones de diversas emissoras Senado - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o ministro da Fazenda Fernando Haddad, um homem branco vestindo um terno cinza e uma camisa branca, diante de um púlpito com microfones de diversas emissoras Senado - Metrópoles - Foto: Theo Saad/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (1º) que a alta do dólar está associada a “muitos ruídos”. O ministro defendeu o trabalho da equipe econômica ao citar resultados “positivos” e pontuou que o que estaria faltando seria divulgar isto com mais clareza.

“Atribui a muitos ruídos (alta do dólar). Falei isso no Conselhão, eu falei disso. Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, disse Haddad no início da noite, em conversa com jornalistas ao deixar o ministério.

Para Haddad, o governo teve boas notícias em relação à atividade econômica nos seis primeiros meses do ano e também na arrecadação. “Os resultados estão demonstrando que a estratégia adotada no ano passado com a chancela do Congresso Nacional e do Judiciário, teve apoio importante (de ambos) em temas delicados e robustos do ponto de vista do valor envolvido. Os resultados estão aparecendo do ponto de vista de arrecadação.”

Sobre o fechamento do balanço semestral entre arrecadação e despesa, o ministro lembrou que a tragédia no Rio Grande do Sul e a aplicação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores, algo que não estava previsto, têm impacto. “Mesmo considerando esses reveses, eu continuo otimista”, disse Haddad.

Sobre o contingenciamento de despesas, o ministro disse que haverá e que este será realizado do tamanho necessário para o cumprimento da meta fiscal, mas que direitos serão respeitados. “ O presidente (Lula) tem o compromisso de não ferir direitos, e esse compromisso vai ser respeitado pela equipe econômica”, frisou.

“Efetivamente tem um tempo de maturação das propostas o presidente não vai tomar uma decisão sem saber a quem isso impacta. Vai tomar uma decisão segura de que as pessoas que precisam ser protegidas serão protegidas”.

Dólar

O dólar fechou nesta segunda-feira (1º) com a cotação de R$ 5,6527. O valor representa o maior patamar da moeda americana desde 10 de janeiro de 2022, quando ela valia R$ 5,6742. Um dos principais fatores para a elevação mais forte da moeda nesta segunda foi uma entrevista do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente da República afirmou à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), que o próximo presidente do Banco Central (BC) terá de olhar para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”. As falas de Lula no sentido de criticar a atual gestão do BC têm gerado reações negativas por parte de investidores.

O entendimento é que o próximo líder do BC poderá ser mais flexível às concepções de Lula para a economia. Um dos pontos seria um poder maior do Executivo sobre o Banco Central. “Essa visão mais intervencionista e de menos liberdade ao Banco Central deixa o mercado com dúvidas”, afirmou ao Metrópoles o analista da VG Research, Guilherme Morais.

Cruzada

Desde o último dia 18, Lula tem aberto a agenda para entrevistas. Em todas elas, entre outros temas, ele critica a condução da política monetária por parte do BC, mais especificamente na figura do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Esta cruzada por parte de Lula começou às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa Selic em 10,5%.

Na ata da reunião, que detalha os motivos da decisão, o Copom justificou, entre outros fatores, que a manutenção da taxa de juros tem relação com o ambiente global. O texto cita o aquecimento da economia norte-americana, com geração forte de empregos, como um indicativo de que os juros por lá continuarão em um patamar elevado para os padrões do país.

Apesar disto, em alguns trechos do texto, o Copom não mandou recado e foi direto ao expor o entendimento de que o governo deve cortar gastos. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, frisou na ata divulgada no último dia 25.

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