Taxa Selic: Haddad diz ter confiança em indicados ao Copom
Ministro foi econômico ao ser perguntado sobre o fim do ciclo de redução da taxa baixa de juros e manifestou otimismo sobre a economia
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi perguntado na noite desta quarta-feira (19/6) sobre a manutenção da taxa Selic em 10,5% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e afirmou apenas ter “confiança nas pessoas indicadas”.
O ministro disse inicialmente que não iria comentar a decisão antes de ler o comunicado que saiu e a ata a ser publicada sobre a decisão do Copom. No entanto, na sequência, Haddad afirmou ter pensamento positivo sobre a economia.
“Eu tenho confiança nas pessoas indicadas. Eu acho que nós vamos seguir o rumo forte da economia. A economia vai crescer, vai gerar emprego, nós estamos no caminho certo”, disse o ministro.
A fala de Haddad foi dada a jornalistas na noite desta quarta ao receber o prêmio “Faz Diferença 2023”, na categoria Economia. A premiação ocorreu no Rio de Janeiro.
No palco, Haddad fez um afago aos poderes Legislativo e Judiciário. Ele afirmou que ambos contribuíram para o desenvolvimento da economia em 2023.
“Dizer que o que foi enaltecido aqui não teria sido possível sem o apoio dos poderes da República. O Congresso ajudou muito o Brasil e o Judiciário tem feito seu trabalho”, afirmou.
O ministro afirmou ainda que tem otimismo no crescimento econômico do Brasil. “Eu acredito piamente que, se os poderes democráticos se organizarem, nós podemos oferecer mais e melhor para este país que tem tantas oportunidades pela frente”, finalizou.
Taxa
A manutenção da taxa de juros já era esperada por analistas do mercado. Neste contexto, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em entrevista à Rádio CBN, na terça-feira (18/6), Lula chegou a sugerir que Campos Neto teria “rabo preso a compromissos políticos”. A fala foi uma referência a um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao presidente do BC.
Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o cargo. Ele tem sido alvo de Lula desde o início do governo. Um dos indicados de Lula no Copom é Gabriel Galípolo, que tem a confiança do presidente e tem o nome apontado como possível escolhido de Lula para suceder o atual presidente do BC.
No comunicado, o Copom justificou, entre outros fatores, que a manutenção da taxa de juros tem relação com o ambiente global. O texto cita o aquecimento da economia norte-americana, com geração forte de empregos, como um indicativo de que os juros por lá continuarão em um patamar elevado para os padrões do país.
O Copom também faz referência a outras economias que têm enfrentado inflação elevada, e às projeções do índice para o Brasil em 2024 e 2025, que ficaria acima do centro da meta. O colegiado também fez uma sinalização sobre a importância de o governo federal ter um controle maior dos gastos.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação”, diz trecho da nota à imprensa desta quarta.
No evento da Firjan, Haddad também foi questionado sobre o trabalho que tem sido desenvolvido e apresentado ao presidente para o corte de gastos. “Começa um processo orçamentário normal. A gente vai acertando no orçamento”, resumiu.