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Haddad busca apoio do papa à proposta de taxação dos super-ricos

Em viagem ao Vaticano, o ministro Fernando Haddad negocia audiência com o papa Francisco sobre a proposta de taxação global dos super-ricos

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Papa Francisco - Metrópoles
1 de 1 Papa Francisco - Metrópoles - Foto: Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viaja na próxima semana para o Vaticano com agenda de defesa da proposta de taxação dos super-ricos. Ele participa do workshop “Enfrentando a crise da dívida no Sul Global”, promovido pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, braço de estudos da Santa Sé.

Há uma negociação em andamento para uma possível audiência do titular da Fazenda brasileiro com o papa Francisco a fim de receber respaldo da autoridade máxima da Igreja Católica à tributação dos bilionários.

Uma manifestação pública de Francisco favorável à proposta seria fundamental para ajudar Haddad a espalhar sua mensagem à opinião pública global. A proposta é um dos tópicos principais da presidência do Brasil no G20, neste ano de 2024. Recentemente, França, Espanha, África do Sul e países latino-americanos deram endosso à ideia.

Ela consiste na criação de um sistema tributário internacional. Os impostos corporativos internacionais teriam alíquota de 20%, e seria constituído um fundo complementado com a taxação da riqueza dos super-ricos.

Essa ideia vem sendo desenhada pelos economistas Gabriel Zucman e a prêmio Nobel de Economia Esther Duflo. O fundo teria US$ 500 bilhões, recursos que seriam canalizados para projetos socioambientais, com o objetivo de combater a pobreza e as mudanças climáticas.

Em abril, nos Estados Unidos, Haddad recebeu apoio do senador norte-americano Bernie Sanders, símbolo da esquerda naquele país. No entanto, o governo americano ainda não se manifestou publicamente sobre a proposta. Há resistência naquele país à taxação dos super-ricos.

Para que seja efetiva, a medida precisa de ampla adesão, em especial dos países mais ricos, para evitar a evasão fiscal e aplicar multas e sanções.

Carta dos movimentos sociais

Há cerca de 15 dias, João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entregou ao pontífice carta assinada por 200 movimentos populares do Brasil, da Argentina e da América Latina. “Queremos informar que nossos movimentos apoiam firmemente a iniciativa do Ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, que apresentou aos governos do G20 uma proposta de tributação global dos bilionários do mundo”, diz o documento, a que o Metrópoles teve acesso.

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“Apoiamos também a adoção de um imposto comum de 15% sobre os lucros anuais de todas as empresas transnacionais que operam no mundo”, prossegue a carta. Esse imposto significaria mais de US$ 200 bilhões por ano e seria administrado por um comitê nomeado pelas Nações Unidas e supervisionado por organizações da sociedade civil.

Agenda

A comitiva da Fazenda embarca na tarde da próxima segunda-feira (3/6) para Roma, na Itália. No dia seguinte (4/6), está prevista uma reunião bilateral com Giancarlo Giorgietti, ministro da Economia italiano, e outra com Sri Mulyani Indrawati, ministra das Finanças da Indonésia.

A agenda de quarta-feira (5/6) ainda está aberta, sendo a data mais provável para a audiência com o papa. Francisco deverá participar de paineis do workshop. Haddad retorna ao Brasil na noite de quarta, com chegada prevista para quinta (6/6) pela manhã.

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