Hacker disse à PF que Zambelli pediu invasão de e-mail de Moraes e urnas
Walter Delgatti Neto e Carla Zambelli são alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta. Delgatti foi preso em São Paulo
atualizado
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Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker da Vaza Jato” e alvo de prisão em operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (2/8), teria informado à corporação que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) o procurou para invadir uma urna eletrônica.
Zambelli e Delgatti são investigados pela PF por invadir sitemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Além de pedir que Delgatti invadisse as urnas, Zambelli teria redigido o texto de uma ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As informações foram divulgadas pela coluna de Andréia Sadi, do portal G1.
À PF Delgatti também teria dito que a deputada o pediu para invadir contas de e-mail e telefone do ministro. No depoimento, o investigado afirmou que não conseguiu acessar o celular do magistrado, nem invadir o sistema das urnas brasileiras.
A invasão ao e-mail de Moraes, no entanto, foi bem-sucedida pelo hacker. Delgatti declarou à PF que não encontrou nada comprometedor no correio eletrônico do ministro. Ele foi preso em 2019, na Operação Spoofing.
A Polícia Federal declarou à reportagem do Metrópoles que não vai se manifestar sobre a investigação.
A deputada Carla Zambelli informou, por meio de nota, que desconhece e nega os fatos. A defesa pedirá acesso aos autos e, depois de analisados, tomará todas as medidas cabíveis.
Operação 3FA
No total, são quatro mandados de busca e apreensão tanto no apartamento funcional quanto no gabinete da deputada, em Brasília, e um mandado de prisão preventiva, em São Paulo, contra Delgatti.
O objetivo da operação é esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
De acordo com a Polícia Federal, os crimes aconteceram em 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Segundo as investigações, a invasão ocorreu “com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita”. Isso configuraria crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.