Há um “mal-estar com governo chinês” que precisa ser resolvido, diz Doria
Governador pede mudança na diplomacia, especialmente com a posse de Joe Biden, depois de Bolsonaro ter se ligado profundamente a Trump
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria, elevou o tom nesta quarta-feira (20/1) contra o presidente Jair Bolsonaro em um pedido de mudança na diplomacia internacional. Segundo ele, o tipo de comportamento do presidente tem dificultado a entrega de matéria-prima para produção de vacina contra a Covid-19 no Brasil.
“Há um mal-estar claro com o governo chinês. Isso é óbvio. Depois de tantas agressões pronunciadas e lideradas pelo presidente contra a China, contra a vacina e desqualificações que fez com suporte de seus filhos. Isso criou um mal-estar, é fato”, disse o governador em coletiva de imprensa.
Para Doria, o embaixador da China no Brasil não diz isso claramente por educação. “Mas ele mesmo há pouco tempo reagiu a uma dessas desqualificações com uma carta pública. Esse mal-estar precisa ser superado. Não tem só os insumos do Butantan para serem liberados, há os da AstraZeneca também. É preciso restabelecer relações diplomáticas equilibradas.”
A produção de vacinas está parada no país por falta de insumos. No caso das vacinas do Instituto Butantan, há mais de 5 mil litros de insumos prontos para serem enviados ao Brasil aguardando autorização da China. O material, segundo o governo de São Paulo, já passou por todas as fases de inspeção, falta apenas aval do país para poder embarcar.
O governador destacou que, além da China, o presidente já agrediu a França, a Alemanha e os países nórdicos. “São agressões para todos os lados. Como será agora com [o novo presidente dos Estados Unidos] Joe Biden? Bolsonaro se declarou negacionista e exaltou a figura de Donal Trump. É hora de mudar.”