“Guerra e Paz”: PF faz megaoperação para reprimir conflitos indígenas
No total, foram cumpridos 28 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, nesta manhã (1º/7), a Operação Guerra e Paz, para coibir conflito indígena e investigar crimes ocorridos este ano na Reserva do Carreteiro, situada no município de Água Santa, Rio Grande do Sul. A ação tem o apoio da Brigada Militar, da Polícia Civil, da Susepe e do Corpo de Bombeiros.
Participaram da ação 200 policiais federais, 130 militares, 16 policiais civis, agentes da Susepe e integrantes do Corpo de Bombeiros. No total, foram cumpridos 28 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão nos municípios de Água Santa, Tapejara, Ibiaçá, Santa Cecília do Sul, Getúlio Vargas, Erebango e Passo Fundo.
A primeira fase da Operação Guerra e Paz, denominada Operação Carreteiro, foi deflagrada em setembro de 2020 e teve por objetivo efetuar a prisão de 21 indígenas e dar cumprimento a 30 mandados de busca e apreensão, em virtude de intensos conflitos travados entre grupos rivais na disputa pelo poder no interior da reserva indígena.
A investigação da primeira fase resultou no indiciamento de 31 indígenas pelos crimes de constituição de milícia privada e constrangimento ilegal.
Confronto
No final de 2020, os indígenas que haviam sido presos na primeira fase obtiveram a liberdade e passaram a rearticular forças para tentar retomar o poder na terra indígena.
A partir de janeiro de 2021, os conflitos se intensificaram, com inúmeras tentativas de homicídio em confronto entre os grupos rivais, culminando com a morte de um indígena no dia 31 de janeiro, por disparo de arma de fogo. Posteriormente, outro indígena foi morto em confronto com a Brigada Militar.
Câmeras de segurança registraram troca de tiros entre grupos rivais. O caso ocorreu em 30 de janeiro deste ano. Nas imagens é possível ver um deles ocupando a Escola Indígena durante o tiroteio.
Segundo a PF, as prisões e as buscas realizadas com a deflagração da operação têm por objetivo fazer cessar a violência, trazendo tranquilidade e paz para a comunidade indígena e para os moradores do município de Água Santa, bem como coletar informações e provas que auxiliem na identificação dos autores e partícipes dos crimes.
São investigados os crimes de homicídio, constituição de milícia privada, lesões corporais, ameaças, vias de fato, incêndio criminoso, dentre outros.