Guedes responde com ironia sobre revisão da tabela do Imposto de Renda
A proposta de reforma tributária travou no Senado e a expectativa de correção via MP também não ocorreu
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, recorreu à ironia, nesta sexta-feira (17/12), ao ser questionado sobre a promessa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para até cinco salários mínimos. Atualmente, o valor está em R$ 1.900.
Perguntado se o presidente terminará o mandato sem cumprir a promessa, o ministro escapou da resposta: “Será que o presidente não vai cumprir a promessa? Deixa eu pensar… Deixa eu ver… será que não foi o Senado?”, retrucou.
De acordo com a lei vigente, contudo, o presidente pode alterar a isenção por meio de um decreto, como outros governos já fizeram. Indagado sobre isso, Guedes manteve as críticas ao Senado e disse que é “ignorante politicamente”.
“Politicamente, quando vem uma pergunta complexa, eu não sei responder. Presidente fala que eu sou péssimo de política e eu concordo. Só estou disfarçando minha ignorância”, disse.
A proposta de reforma tributária travou no Senado e a expectativa de correção via medida provisória também não ocorreu. Com isso, serão sete anos sem reajuste nas faixas de tributação. Também não há aumento nas deduções permitidas, como dependentes ou educação.
Cálculos da Unafisco Nacional apontam que a defasagem da tabela afetará 15,1 milhões de pessoas de menor renda em 2022.
Ainda segundo o estudo, a Receita Federal deve arrecadar em 2022 R$ 149 bilhões acima do que seria devido em razão da defasagem.
O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da reforma do Imposto de Renda no Senado, disse que vai dar mais celeridade ao tema no ano que vem, a partir de fevereiro.