Guedes diz que dólar não cai por “excessos” de Bolsonaro e do STF
Para o ministro da Economia, preço da moeda americana deveria estar entre R$ 3,80 e R$ 4 e não acima de R$ 5
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou o “barulho político” pelos reveses na economia. Em palestra num evento do BTG Pactual (banco que ele ajudou a fundar) nesta terça-feira (14/9), o gestor disse que “excessos” cometidos por atores políticos são culpados pelo alto valor do dólar (que hoje operou a R$ 5,25), mas que “não tem problema”, pois o câmbio desvalorizado ajuda setores exportadores. Para eles, as instituições brasileiras deverão, na visão dele, corrigir os rumos da política.
“Os atores cometem excessos”, disse Guedes, em fala registrada pelo jornal Folha de S.Paulo. “Às vezes, o presidente [Bolsonaro] sai do cercado, às vezes um ministro do STF prende pessoas. Toda hora tem um que pula fora da cerca, dá um passeio no lado selvagem. O que acontece? As instituições se aperfeiçoam e convidam o cidadão a voltar para o cercadinho. São robustas as instituições”, avaliou Guedes.
Trajetória do dólar
O ministro disse, no evento voltado a investidores, que não há razões fora do universo político para o dólar não cair em relação ao real. “Estamos indo para meio trilhão de dólares de corrente de comércio com o mundo, nunca aconteceu antes. US$ 100 bilhões na balança comercial, nunca aconteceu antes. Então, esse dólar já era para estar descendo, mas o barulho político não deixa descer”, argumentou.
“[Mas] não tem problema [o dólar caro]. Mais tempo para [beneficiar] as exportações, para nossa substituição de importações ir funcionando. Não tem problema, não temos pressa, o negócio é fazer a coisa certa”, afirmou. “O câmbio de equilíbrio devia ser hoje uns R$ 4; R$ 3,80 se estivesse tudo normal”, completou.