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Guardia recua e diz que impostos não bancarão redução do diesel

Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chamou a proposta do ministro da Fazenda de irresponsável

atualizado

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1 de 1 guardia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, voltou atrás na decisão de aumentar tributos para compensar a redução no preço do diesel. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (29/5), o chefe da pasta garantiu ser possível equilibrar as contas da União por meio de outras medidas. Nessa segunda (28), ele havia aventado a hipótese de transferir essa conta para a população.

Em novo discurso, Guardia disse que o desconto do combustível nas bombas será possível mediante a diminuição de incentivos fiscais. “Em nenhum momento o governo trabalha com a hipótese de aumento de impostos”, declarou, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Apesar do recuo, ele não especificou quais setores serão afetados.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o titular da Fazenda Guardia de inconsequente. “Não vai ter [aumento de imposto] porque isso aqui é uma democracia e ele [Guardia] não manda no Congresso Nacional. Aliás, o que ele fez ontem foi muito irresponsável. Num momento de crise em que se está, quis diminuir a mobilização”, afirmou Maia.

Na segunda (28), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, já havia contradito anúncio feito por Guardia. “Vai haver redução de benefícios para que esse valor seja compensado e disponibilizado à Petrobras para que haja uma diminuição de 46 centavos do preço do diesel na bomba. Essa é a determinação do presidente”, afirmou o articulador do Planalto.

Acordo
Na noite do domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no preço do diesel nas bombas por 60 dias e que Petrobras só irá reajustar os preços praticados a cada 30 dias.

“Fomos ao limite para reorganizar a situação. Não é o governo que estabelece o preço do petróleo; as commodities subiram no mundo inteiro e não temos condições fiscais de ir além disso. O mundo inteiro está pagando mais caro pelo petróleo. O governo não fará nenhum controle de política de preços. Isso é com a Petrobras”, reforçou o ministro da Fazenda.

As medidas foram anunciadas após sete dias de greve dos caminhoneiros – responsável por causar uma crise de abastecimento geral no país.

CNI também critica ministro
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também entrou no coro dos críticos ao ministro. Em nota, ressaltou que a população não pode sofrer com mais encargos. “Ao invés de querer aumentar ainda mais a já pesada carga tributária imposta ao setor produtivo e à sociedade brasileira em geral, o governo deveria trabalhar para reduzir a burocracia e as despesas cada vez maiores do estado brasileiro”, avaliou a CNI.

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