Grupo criminoso mata irmãos na fronteira entre Brasil e Paraguai
O grupo, que assina por “Justiceiros da Fronteira”, deixou um novo bilhete no local do crime, que aconteceu nesse domingo (1º/8)
atualizado
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Dois jovens brasileiros, que seriam irmãos, foram mortos nesse domingo à noite (1º/8), na fronteira entre Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A região já teve seis execuções em menos de uma semana.
Repetindo o processo dos outros casos, foi deixado um bilhete afirmando que o crime foi feito pelos “Justiceiros da Fronteira”. O papel verde, encontrado na cena do crime, diz que “não serão aceitos mais roubos na região”. Mais de 30 tiros já foram disparados.
De acordo com o portal G1, os dois irmãos estavam em uma motocicleta, enquanto os assassinos estavam em uma caminhonete. A Polícia Nacional do Paraguai vai investigar o caso.
Outras mortes como essa já aconteceram nessa mesma região, que é uma das mais violentas do estado e onde acontecem crimes como tráfico de armas e drogas.
Na última semana, o casal Luís Mateo Martínez Armoa e Anabel Centurion Mancuelo, de 21 e 22 anos, respectivamente, foram executado com mais de 47 tiros em uma choperia de Pedro Juan Caballero.
O corpo sem mãos de um jovem também foi encontrado junto a um bilhete nesta semana, em que afirmava que “os justiceiros estão de volta”. Não há comprovação de que os assassinatos foram obra do mesmo grupo, uma vez que as investigações ainda estão no começo.
Clemir Vieira, delegado que comanda a Polícia Civil em Ponta Porã, revelou que a maioria dos casos de execução na região da fronteira acontece do lado paraguaio. Por isso, as investigações ficam restritas ao país vizinho.
“Estamos em alerta, não ficamos alheios, mas formalmente não investigamos os casos recentes”, informou Vieira.
Para o delegado, “coincidentemente, a maioria [dos assassinatos] tem antecedência em crimes contra o patrimônio” e as investigações devem ajudar a elucidar quem ou quais pessoas fazem parte do grupo “Justiceiros da Fronteira”.
“Eles se denominam dessa forma. Não deixa de ser uma organização criminosa que faz justiça com as próprias mãos”, afirmou o delegado.
Vieira também afirmou que não aconteceu nenhum caso recente que tenha sido assinado pelo grupo na cidade brasileira, mas não desconsidera a existência de casos antigos e semelhantes. Além disso, ele aponta que a autoria dos crimes pode estar relacionada tanto a uma só pessoa quanto a uma organização criminosa.
“Às vezes, pode ser apenas um homem. Ainda estamos em investigação e não temos nenhuma informação da polícia paraguaia”, pontuou.