Grupo Abril terá até 70% de desconto em dívida de R$ 830 mi com governo federal
O acordo entre a Abril e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional foi assinado em 18 de maio. Outras 15 publicações entraram na negociação
atualizado
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O Grupo Abril Comunicações renegociou as dívidas com o governo federal e ofereceu 16 revistas, entre elas a Veja, como garantia da operação. O débito total do conglomerado de comunicação é de R$ 830 milhões. Por lei, a transação dará ao grupo até 70% de desconto sobre o valor total devido.
A Abril está em processo de recuperação judicial. O acordo entre a Abril e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) foi assinado no dia 18 de maio. A negociação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (15/6).
No ato firmado com o governo, a Abril ofereceu ainda as revistas Quatro Rodas, Capricho, Você S/A, Mundo Estranho, Placar, Viagem e Turismo, Cláudia, Boa Forma e Guia do Estudante, entre outras. Ao todo, os termos do acordo foram discutidos durante dois meses.
O montante a ser pago após o desconto será parcelado. As dívidas não previdenciárias terão prazo de 10 anos; as previdenciárias, de cinco anos.
Em 2018, a Abril entrou com pedido de recuperação judicial e informou que a dívida total era de R$ 1,6 bilhão.
Como parte do plano de recuperação, o grupo vendeu a revista Exame no fim de 2019. A publicação foi comprada por R$ 72 milhões, pelo BTG Pactual.
Em maio deste ano, os prédios que compunham a sede da Abril na Marginal Tietê, em São Paulo, foram arrematados por R$ 118,8 milhões, em leilão.
O Metrópoles entrou em contato com as assessorias de imprensa do Grupo Abril e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto.