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Grevistas rebatem presidente do INSS e negam ser partidarizados

Presidente do INSS disse ao Metrópoles ter identificado bolsonaristas infiltrados no movimento de greve que persiste, apesar de acordo

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Imagem colorida de servidores grevistas em frente ao prédio do INSS - Metrópoles
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Os grevistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rebateram a fala do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, ao Metrópoles. “A minha desconfiança é que há bolsonaristas infiltrados, porque os métodos são esses”, disse Stefanutto em entrevista na terça-feira (10/9).

Para os grevistas, o presidente do órgão tenta desqualificar o movimento de greve que persiste, apesar de o governo Lula (PT) já ter assinado o acordo com a categoria.

“A declaração do presidente Stefanutto é bastante ruim, para desqualificar o nosso movimento”, disse Daniel Emmanuel, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (Sindisprev-RS) e integrante da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

“Uma preocupação que nós temos é de não partidarizar o movimento. É óbvio que Previdência Social é um assunto político, mas procuramos não partidarizar o movimento, até porque a categoria é heterogênea. Tem pessoas que são simpatizantes do Bolsonaro, outros são simpatizantes do Lula, outros não são simpatizantes de nenhuma corrente partidária”, prosseguiu.

Na visão do presidente do INSS, trata-se de “radicais” que acusam o governo Lula de não atender às demandas da categoria, apesar de não ter havido aumento no governo Bolsonaro.

“Dentro desses grupos eu vejo sinais claros de participação de bolsonaristas que não querem o governo. Não quero politizar, como eles estão politizando, a greve, mas esse movimento agora de cercar as pessoas não vai ao encontro da democracia”, disse Stefanutto.

Os servidores grevistas cercaram o edifício-sede do instituto, em Brasília (DF), na última terça. Gritando palavras de ordem e fazendo churrasquinho, os servidores chegaram a ponto de bloquear o acesso ao edifício. A Polícia Militar (PM) foi acionada para garantir o direito de ir e vir e a segurança do prédio.

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Servidores do INSS mobilizam ato em frente ao prédio do órgão
Servidores do INSS estão em greve
Servidores grevistas do INSS mobilizam ato em frente ao prédio do órgão
Polícia monitora movimentação de servidores grevistas em protesto em frente ao INSS
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Segundo o sindicalista, os métodos de mobilização são correntes em todas as greves e os mesmos usados desde antes do governo Bolsonaro. “Nos surpreende essa declaração [de Stefanutto] agora. Não é de bom tom em um momento em que se procura estabelecer uma negociação”, continuou ele.

O Comando de Greve dos servidores do INSS em São Paulo (Sinprev-SP) também repudiou as declarações do presidente do INSS. “Essas acusações são infundadas e demonstram a intransigência do governo em negociar de forma justa e respeitosa”, disse nota do grupo.

O sindicato de São Paulo ainda acusa o governo de empregar “diversas estratégias” para desmobilizar a categoria, com propostas que não atendem os principais itens da pauta de reivindicações, ameaças, judicialização da greve, corte de salários e, agora, a tentativa de politizar o movimento. “No entanto, a greve dos servidores do INSS é um movimento legítimo e democrático, pautado por reivindicações justas e necessárias para a valorização da Carreira do Seguro Social e a garantia de serviços públicos de qualidade”, disse o sindicato.

A Previdência é a principal política do governo federal e tem importância estratégica para os municípios — há estudos, inclusive avalizados pelo governo, que indicam que 70% dos municípios dependem da renda distribuída pela Previdência.

Reunião com Lupi

Na manhã de quarta-feira (11/9), houve reunião dos grevistas com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que está tentando intermediar a negociação que persiste. Os grevistas pedem uma resposta formal do governo às propostas que seguem exigindo. O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) também participou.

O grupo de servidores que continua mobilizado pede que seja exigido nível superior para ingresso na carreira e que ela seja transformada em carreira típica de Estado. Esses itens são uma forma de blindar a carreira do seguro social diante de uma reforma administrativa que o governo está desenhando.

Acordo assinado

Em 28 de agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) assinou um acordo com o governo federal que garante um aumento, em quatro anos (2023-2026), de pelo menos 27%. O governo sustenta que bastava uma entidade representativa assinar o documento para que ele fosse válido. Ainda assim, parte da categoria não reconhece a legitimidade do termo assinado e segue mobilizada.

O governo sustenta que, do ponto de vista legal, a greve acabou com a assinatura do acordo, que não será mudado. Com isso, o que poderá ser assinado neste momento é um anexo que inclua a formação de um grupo de trabalho para discutir outros itens que a categoria reivindica.

Além do reajuste previsto para 2025 e 2026, o acordo assinado em agosto garante que a carreira do INSS será reconhecida como parte do núcleo estratégico do Estado brasileiro, com atribuições exclusivas, o que tem por objetivo evitar terceirização ou delegação de atividades.

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