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Presidente do INSS diz que “há bolsonaristas infiltrados” em greve

Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, disse que servidores que seguem mobilizados têm motivação política

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O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, disse que há bolsonaristas infiltrados no movimento de greve que persiste, apesar de o governo Lula (PT) já ter assinado o acordo com a categoria do seguro social.

“A minha desconfiança é que há bolsonaristas infiltrados, porque os métodos são esses”, disse Stefanutto em entrevista ao Metrópoles na terça-feira (10/9). “Dentro desses grupos eu vejo sinais claros de participação de bolsonaristas que não querem o governo. Não quero politizar, como eles estão politizando, a greve, mas esse movimento agora de cercar as pessoas não vai ao encontro da democracia”.

Na visão dele, trata-se de “radicais” que acusam o governo Lula de não atender às demandas da categoria. “Eu tendo a entender que são bolsonaristas, porque o dado é que não houve nenhum aumento no governo Bolsonaro e nós estamos tendo um aumento aqui de reposição maior que a inflação [estimada] do período do presidente Lula”.

A comparação com o governo Bolsonaro nesse assunto não é política, mas matemática, alegou Stefanutto. “Eu tendo a entender que é uma questão política, saiu da racionalidade. Não tem outra forma de tratar disso que não seja a aplicação da lei”, prosseguiu ele, citando as faltas não mais justificadas pela greve.

Também nessa terça-feira, servidores grevistas cercaram o edifício-sede do instituto, em Brasília (DF). Gritando palavras de ordem e fazendo churrasquinho, os servidores chegaram a ponto de bloquear o acesso ao edifício e a Polícia Militar (PM) foi acionada para garantir o direito de ir e vir e a segurança do prédio.

A mobilização é feita pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), que não assinou o acordo que prevê reajuste nos próximos dois anos.

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Servidores do INSS mobilizam ato em frente ao prédio do órgão
Servidores do INSS estão em greve
Servidores grevistas do INSS mobilizam ato em frente ao prédio do órgão
Polícia monitora movimentação de servidores grevistas em protesto em frente ao INSS
Polícia monitora movimentação de servidores grevistas em protesto em frente ao INSS
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Servidores grevistas do INSS mobilizam prostesto

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Servidores grevistas do INSS

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Pouco menos de uma semana antes, na quarta-feira passada (4/9), Stefanutto pernoitou em seu gabinete durante a ocupação de servidores grevistas no órgão. No início da manhã da quinta-feira (5/9), ele desistiu de contabilizar como falta injustificada a ausência de grevistas e a ocupação terminou.

Agora, porém, diante do movimento, ele prevê que pode ser que o governo volte ao Judiciário para pedir aplicação de multa aos servidores que não respeitaram  o acordo assinado. “Porque não pode parar o INSS”, justificou ele.

Acordo assinado

No fim de agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) assinou um acordo com o governo federal que garante um aumento, em quatro anos (2023-2026), de pelo menos 27%. O governo sustenta que bastava uma entidade representativa assinar o documento para que ele fosse válido. Ainda assim, parte da categoria não reconhece a legitimidade do termo assinado.

“Eu insisto em negociar com quem se mantém”, afirmou Stefanutto. Ele disse que a história dele com os servidores do instituto “nunca teve ódio”.

Ainda há impactos pontuais no atendimento de segurados, mas com as ferramentas digitais a repercussão é menor. Stefanutto disse que houve 4 mil remarcações de perícia no começo do movimento, em julho.

Demandas

O grupo de servidores que segue mobilizado pede que seja exigido nível superior para ingresso na carreira e que ela seja transformada em carreira típica de Estado.

Como o termo de acordo já foi assinado — e precisava ser para que o reajuste fosse previsto na peça orçamentária de 2025 — , o que deverá ser assinado agora é um anexo que inclua a formação de um grupo de trabalho.

Além do reajuste previsto para 2025 e 2026, o acordo assinado em agosto garante que a carreira do INSS será reconhecida como parte do núcleo estratégico do Estado brasileiro, com atribuições exclusivas, o que tem por objetivo evitar terceirização ou delegação de atividades.

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