Caminhoneiros tentam bloquear BR em Goiás e são frustrados pela PRF
Grupo queimou pneus e atravessou caminhões em uma das pistas, mas PRF logo agiu e liberou a rodovia
atualizado
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Goiânia – Caminhoneiros incendiaram pneus, na manhã desta segunda-feira (1º/2), para tentarem bloquear um trecho da BR-060, na cidade de Guapó, a 35 quilômetros de Goiânia, e fortalecer atos de paralisação da categoria que ocorreram em outros estados. O protesto, no entanto, foi frustrado em pouco tempo pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não houve congestionamento.
Para forçar o governo a reduzir o preço do combustível, os caminhoneiros fecharam um dos sentidos da BR-060, numa tentativa de mobilizar a categoria em Goiás, seguindo São Paulo, Rio Grande do Norte e Bahia, que também registraram manifestações nesta segunda-feira. Segundo a PRF, o protesto começou depois das 11h30, e a pista estava liberada às 12h20.
Vídeo obtido pelo Metrópoles mostra dois caminhões parados em um sentido da via, no mesmo lado em que os pneus eram incendiados. As imagens também mostram pelo menos mais sete caminhões parados na pista contrária.
A PRF confirmou que frustrou o movimento, mas não deu mais detalhes. Segundo a polícia, não houve mais pontos de paralisação no estado, e o trânsito nas rodovias goianas está fluindo normalmente, na tarde desta segunda-feira.
A mobilização tem o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e do Sindicato das Indústrias de Petróleo.
Fontes disseram que um grupo de caminhoneiros iria parar os veículos dentro de um posto de combustível perto da entrada da cidade, já que, conforme ressaltou, eles foram impedidos de protestar na rodovia.
“Episódio isolado”
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Goiás (Sinditac-GO) na regional de Goiânia e Anápolis, Vantuir José Rodrigues, disse que soube por terceiros do episódio, que, segundo ele, foi “isolado” e não provocou congestionamento no trecho goiano.
O sindicato informou que os seus cerca de 50 mil caminhoneiros não vão aderir à paralisação, ao menos por enquanto, já que, segundo a entidade, a mobilização pode agravar ainda mais a pandemia da Covid-19 no país. “Se o caminhoneiro fizer alguma paralisação agora no país, vai criar um caos”, disse Rodrigues.
“Acho que o momento não é esse, porque temos que esperar essa vacina para dar uma amenizada no que o mundo está passando. Não é hora de começar greve, não começou colheita, não tem o que transportar’, afirmou, ressaltando que a alta do diesel precisa ser resolvida pelo governo.
Presidente do sindicato da categoria em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, Maurício Dutra reforça que não é o momento adequado para a paralisação, já que, observou, “o país vive um momento delicado” por causa da pandemia. “Se fizesse uma paralisação agora como a de 2018, a gente iria massacrar demais a população. Está todo mundo sofrendo, não é só o caminhoneiro”, afirmou ele.
O também dirigente do Sinditac-GO Esmeraldo Alves Barbosa, representante da regional de Catalão, a 215 quilômetros de Goiânia, ressaltou que a categoria está muito desvalorizada e precisa ser atendida pelo governo. “O governo está na lentidão danada com o que o caminhoneiro precisa”, criticou.