Greenwald: “Se Bolsonaro ganhou uma eleição, qualquer um pode ganhar”
Jornalista concorda que material da #VazaJato desgastou imagem do ministro Sergio Moro, mas não descarta uma eleição do ex-juiz no futuro
atualizado
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“Se Jair Bolsonaro pôde ganhar uma eleição, qualquer um pode”. A declaração contra o presidente é do jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil, convidado desta segunda-feira (02/08/2019) do programa Roda Viva, da TV Cultura. Foi a resposta a uma provocação de um dos jornalistas participantes do programa, que perguntou se o ministro da Justiça, Sergio Moro, poderia ganhar as eleições de 2022, mesmo depois do impacto das mensagens divulgadas pela #VazaJato.
Greenwald, que repete que Moro cometeu, como juiz da Lava Jato, “crimes e ações imorais”, ressalta que a ida do magistrado para o governo Jair Bolsonaro (PSL) era algo contestado até mesmo pelos procuradores da força-tarefa da operação, como mostraram materiais publicados.
“Os próprios procuradores alertaram Moro que isso iria destruir o legado da Lava Jato, que as pessoas diriam que ele é de direita”, ressaltou, concordando que houve, sim, desgaste da imagem do juiz com sua migração para as hostes bolsonaristas. Mas o jornalista não descarta uma eleição de Moro no futuro, já que até Bolsonaro pôde ganhar uma disputa eleitoral.
O Roda Viva é comandado pela jornalista Daniela Lima e na bancada de sabatina nesta segunda está a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan. Também fazem perguntas André Vieira, do Valor Econômico; Gabriel Mascarenhas, de O Globo; e Felipe Recondo, do site Jota. O cartunista Paulo Caruso é o responsável pelas charges durante a entrevista.
Histórico
Em 9 de junho deste ano, Glenn Greenwald publicou conversas privadas dos procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. O caso impactou o cenário político brasileiro e levou à prisão hackers do interior de São Paulo. O americano vive há 14 anos no Brasil e é casado com o deputado federal David Miranda (PSol).
Greenwald é jornalista, advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito. As reportagens produzidas por ele a partir de um acervo retirado ilegalmente da Agência de Segurança Nacional (NSA) para o jornal The Guardian receberam o Prêmio Pulitzer de 2014 na categoria Serviço Público.