Greenwald: matéria com Dallagnol pedindo recursos foi mais complexa
Jornalista explicou porque um tema “tão importante” como o que foi publicado nesta segunda-feira não ganhou preferência
atualizado
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O jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil, convidado desta segunda-feira (02/08/2019) do programa Roda Viva, da TV Cultura, explicou como “hierarquiza” as matérias que o portal e veículos parceiros divulgam em torno das mensagens vazadas da Lava Jato. Segundo ele, material como o que foi divulgado nesta segunda pelo site Agência Pública, mostrando o coordenador da operação, Deltan Dallagnol, captando recursos junto a investidores para o Instituto Mude, era realmente bastante importante, mas que demandou tempo para ser concretizado.
“De fato, é um tema muito importante”, disse, observando que não há ordem de preferência para a publicação das matérias. “Outros artigos divulgados eram muito importantes e as pessoas me perguntaram porque eles não foram divulgados antes. Mas há reportagem com mais complexidade e que demanda mais tempo de investigação. Se tivéssemos publicado antes, não estaria tão complexa, com tanta qualidade”, completou.
O Roda Viva é comandado pela jornalista Daniela Lima e na bancada de sabatina nesta segunda está a diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan. Também fazem perguntas André Vieira, do Valor Econômico; Gabriel Mascarenhas, de O Globo; e Felipe Recondo, do site Jota. O cartunista Paulo Caruso é o responsável pelas charges durante a entrevista.
Histórico
Em 9 de junho deste ano, Glenn Greenwald publicou conversas privadas dos procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. O caso impactou o cenário político brasileiro e levou à prisão hackers do interior de São Paulo. O americano vive há 14 anos no Brasil e é casado com o deputado federal David Miranda (PSol).
Greenwald é jornalista, advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito. As reportagens produzidas por ele a partir de um acervo retirado ilegalmente da Agência de Segurança Nacional (NSA) para o jornal The Guardian receberam o Prêmio Pulitzer de 2014 na categoria Serviço Público.