Gravações mostram que Cid cotou e vendeu joias quando esteve nos EUA
A PF vai requisitar às autoridades norte-americanas o envio da documentação para o Brasil que comprove as negociações de Mauro Cid
atualizado
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A Polícia Federal (PF) encontrou, no armazenamento em nuvem do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), gravações que mostram que ele também negociou e vendeu joias nos Estados Unidos (EUA) neste ano.
Mauro Cid teria realizado a negociação das joias durante o período em que esteve na Flórida, com o ex-presidente, no início do ano.
O ex-ajudante de ordens e Bolsonaro ficaram três meses no exterior, retornando ao Brasil em 30 de março. O ex-mandatário estava nos EUA desde 30 de dezembro do ano passado, quando viajou para passar um “período sabático”, após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PF vai requisitar às autoridades norte-americanas o envio da documentação para o Brasil que comprove as negociações de Cid. O objetivo é que as provas sejam anexadas aos inquéritos nos quais o ex-ajudante de ordens é investigado.
Entre eles, a tentativa de venda de um Rolex avaliado em R$ 300 mil — que seria um presente dado por sauditas a Bolsonaro durante viagem oficial do então presidente — ganhou repercussão após revelação do jornal O Globo. As informações foram confirmadas pelo Metrópoles.
“Não vejo maldade em cotar”
Durante almoço com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), na sede da Prefeitura de São Paulo, Bolsonaro comentou, nessa segunda-feira (7/8), sobre Cid tentar negociar o presente dos sauditas: “Não vejo maldade em cotar”.
Segundo o ex-presidente, é natural alguém “querer cotar alguma coisa” na internet. “Tudo o que o TCU (Tribunal de Contas da União) me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com ele e o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural”, disse Bolsonaro.
Cid também é investigado no caso da fraude nas carteiras de vacinação da família dele e de outros assessores de Bolsonaro.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Mauro Cid, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para futuras declarações.