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Grampo flagra diálogo sobre meninos de Belford Roxo: “Não quis bater”

Polícia do Rio encontrou diálogo entre suspeitos do desaparecimento dos meninos na Baixada Fluminense. Operação já prendeu 33 pessoas

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meninos desaparecidos Belford Roxo
1 de 1 meninos desaparecidos Belford Roxo - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio de Janeiro interceptou uma conversa telefônica entre dois traficantes do Complexo do Castelar, em Belford Roxo, suspeitos do desaparecimento dos três meninos em dezembro de 2020. A Justiça autorizou o grampo feito por investigadores da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Na conversa, revelada pelo G1, um deles reclama de ter sido incriminado pelo sumiço e suposta morte dos meninos Lucas Matheus, 9 anos, Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12. A gravação, no entanto, não permitiu a identificação dos dois homens.

“Me colocaram como suspeito dessa morte das crianças também. Não viu, não, na televisão?”, pergunta. O interlocutor responde: “E tu não quis nem bater. Lembra?”.

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Alexandre da Silva,10; Lucas Matheus da Silva, 8; e Fernando Henrique Ribeiro, 11, desapareceram em 27/12/2020, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ)
Os três garotos saíram de casa de manhã para brincar no campo de futebol ao lado do condomínio onde moravam e não retornaram na hora do almoço
O dono de um bar situado no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, disse que viu as crianças um dia após saírem de casa. Imagens de uma câmera confirmaram o relato
A polícia começou a investigar o envolvimento de traficantes do Complexo do Castelar no desaparecimento das crianças
Ao revisar imagens registradas por câmeras de segurança instaladas em imóvel no bairro vizinho, os promotores identificaram os três andando pela rua na data em que sumiram
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Divulgação/Polícia Civil
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Alexandre da Silva,10; Lucas Matheus da Silva, 8; e Fernando Henrique Ribeiro, 11, desapareceram em 27/12/2020, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ)

Divulgação/Polícia Civil
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Os três garotos saíram de casa de manhã para brincar no campo de futebol ao lado do condomínio onde moravam e não retornaram na hora do almoço

Divulgação/Polícia Civil
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O dono de um bar situado no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, disse que viu as crianças um dia após saírem de casa. Imagens de uma câmera confirmaram o relato

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A polícia começou a investigar o envolvimento de traficantes do Complexo do Castelar no desaparecimento das crianças

Marcos Paulo Ribeiro Lopes, Comunicação Social da Prefeitura de Belford Roxo
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Ao revisar imagens registradas por câmeras de segurança instaladas em imóvel no bairro vizinho, os promotores identificaram os três andando pela rua na data em que sumiram

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Na época, a polícia trabalhava com a hipótese de que o sumiço dos meninos estaria ligado ao roubo de pássaros do tio de um gerente de tráfico do Castelar, o Stala

Divulgação/Portal dos Procurados
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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Segundo as investigações, os meninos teriam sido capturados pelos traficantes quando retornavam para casa. Foram espancados e torturados. Um deles teria morrido durante a sessão de tortura. Os outros dois foram mortos em seguida

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Um homem testemunhou contra o irmão e afirmou que o parente jogou os corpos das crianças, em sacos plásticos, no rio que faz limite entre os municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias. O local é conhecido como desova de cadáveres

Aline Massuca/Metrópoles
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A polícia chegou a encontrar restos mortais no local. Porém, as ossadas não eram das vítimas

Aline Massuca/Metrópoles
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As crianças teriam sido espancadas e mortas a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, traficante da região

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Às vésperas de completar um ano do desaparecimento, 51 pessoas se tornaram alvo de ação da polícia. Desses, 33 suspeitos foram presos pelo caso. Dos investigados, 5 são acusados do triplo homicídio, com ocultação de cadáver

Reprodução de vídeo
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Tia Paula teria participado da operação para sumir com os corpos dos meninos. Ela era envolvida com o Stala. Os dois foram mortos por outros traficantes do Castelar, contrários à execução dos meninos

Divulgação
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As investigações apontam que a autorização para matar os meninos foi dada por Doca, integrante do Comando Vermelho, sem saber que eram crianças. Os traficantes passaram a negar a morte delas dentro da própria facção

Divulgação/Polícia Civil
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Assim, de acordo com a polícia, instaurou-se um tribunal do tráfico no Castelar, dentro da facção. Stala, Piranha e Tia Paula teriam sido mortos por causa da execução dos três meninos

Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
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Uma conversa entre dois traficantes, interceptada pela polícia, é uma das provas no inquérito sobre o desaparecimento dos meninos

Reprodução de vídeo

Nesta quinta-feira (9/12), uma operação para cumprir 56 mandados de prisão expedidos pela Justiça foi deflagrada para prender envolvidos no caso. Até as 10h30, 33 pessoas estavam presas – 15 delas já no sistema penitenciário. Dois dos presos foram detidos em flagrante.

Os meninos desapareceram em dezembro de 2020 e, de acordo com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, foram mortos por traficantes do Castelar por terem furtado passarinhos. Dos alvos da ação, cinco são acusados do triplo homicídio, com ocultação de cadáver, e o restante de associação para o tráfico.

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