Governo tira grades que cercavam o Palácio do Planalto desde 2013
GSI afirmou que grades no Palácio do Planalto eram provisórias e que podem voltar a ser usadas, se necessário
atualizado
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Servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) retiraram, na manhã desta quarta-feira (10/5), grades metálicas que cercavam o Palácio do Planalto, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer sem muros ou cercas.
Apesar de não serem fixas, essas grades cercavam o Palácio do Planalto desde os protestos de junho de 2013, ainda no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). E foram mantidas por Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, confirmou que a retirada do gradil do Planalto e do Itamaraty foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O presidente Lula solicitou a retirada das grades aqui e no Itamaraty. O momento que o país está vivendo não pode ter esse gradil. Ele já tinha essa vontade, esse desejo”, afirmou.
Servidores envolvidos na operação de retirada disseram à reportagem do Metrópoles que se trata de um teste para ver se os equipamentos ainda são necessários para garantir a segurança das instalações.
Entretanto, questionado pela reportagem, o GSI informou “que as grades são temporárias e foram retiradas. Poderão ser utilizadas novamente para complementar e reforçar as medidas de segurança quando a situação recomendar ou com a finalidade de melhor organizar eventos”.
Funcionários do GSI e das Forças Armadas fazem a segurança do palácio 24 horas por dia e só permitem a entrada de funcionários ou visitantes autorizados.
Os turistas, até esta manhã, precisavam se adaptar às grades para fotografar a sede do Poder Executivo federal e costumavam se posicionar num canto perto da guarita de entrada, mais ou menos no ponto de onde foi tirada a foto em destaque nesta reportagem.
Veja mais imagens da retirada e do Palácio do Planalto sem as grades:
⏯️ Grades de proteção são retiradas do Palácio do Planalto. pic.twitter.com/KyxGFkNGhC
— Metrópoles (@Metropoles) May 10, 2023
Histórico do cercamento
Quando protestos começaram a pressionar o governo em junho de 2013, grades foram instaladas pelo GSI em volta do Palácio do Planalto. Ainda naquele ano, as grades metálicas, inicialmente colocadas, foram trocadas por uma versão personalizada, estilizada com desenhos das colunas do Palácio da Alvorada, de forma a parecerem mais ambientadas ao conjunto urbanístico da capital. Naquela época, as grades personalizadas custaram R$ 37, 6 mil.
Na época, o GSI argumentava que as grades seriam usadas “quando a situação de segurança recomendar ou com a finalidade de melhor organizar eventos”.
No final de 2017, após não ter pedidos atendidos pelos comandos dos Três Poderes, o Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça com uma ação contra a União, buscando obrigá-la a retirar as grades sob a alegação de que elas violavam o patrimônio cultural e arquitetônico de Brasília, que é tombado por órgãos brasileiros e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O cercamento feito no Palácio do Planalto desde 2013 foi ampliado para as sedes dos outros dois Poderes da República em meados de 2020, quando, respondendo a convocações, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro formaram grupos radicais organizados em Brasília para pressionar o Legislativo e o Judiciário, além de pedir intervenção militar no país. Eram grupos como os “300 do Brasil”.
Apesar do recuo do Palácio do Planalto nesta quarta, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e até a Praça dos Três Poderes, que fica entre os três prédios, seguem cercados por grades metálicas.