metropoles.com

Governo tem R$ 5,4 bi em emendas para “barganhar” apoio no Congresso

Ministro Flávio Dino liberou a execução das emendas parlamentares após o Congresso Nacional criar novas regras de transparência

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Imagem colorida mostra o Congresso, da visão do Palácio do Planalto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o Congresso, da visão do Palácio do Planalto - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

Ao derrubar suspensão que vinha desde agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) devolveu ao Executivo um importante mecanismo de negociação com o Congresso Nacional: as emendas parlamentares. Tradicionalmente, a liberação dessa fatia do orçamento federal serve de “barganha” entre os dois Poderes quando o assunto é viabilizar a votação de projetos e garantir apoio na Câmara e no Senado.

Atualmente, o governo federal conta uma previsão de R$ 5,4 bilhões em emendas de comissão ainda pendentes de empenho e que podem ser usadas para manobrar apoio nas Casas Legislativas. Diferentemente das emendas individuais e de bancada, as emendas de comissão não têm execução obrigatória, e assim, o Executivo garante margem para negociações.

As emendas de comissão são recursos destinados pelos colegiados temáticos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Essa modalidade não é impositiva. Por isso, ela pode ou não ser convertida ao final em pontos da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Pacote de corte de gastos

A liberação das emendas parlamentares acontece dias depois do Palácio do Planalto anunciar um pacote de corte de gastos, composto por uma proposta de emenda à Constituição (PEC), um projeto de lei (PL) e um projeto de lei complementar (PLP).

A expectativa do governo federal é conseguir aprovar as propostas ainda neste ano. No entanto, simultaneamente a isso, o Congresso Nacional deverá analisar e votar a LOA de 2025 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Alguns deputados e senadores defendem que as matérias só serão aprovadas neste ano caso haja “vontade política” dos demais integrantes do Legislativo, visto que um dos principais impasses era a liberação das emendas parlamentares.

No Senado Federal, a base governista não desacredita da possibilidade de uma das propostas ficar para o próximo ano, diante da necessidade de articulação política para votação das matérias e do recesso parlamentar se aproximando, previsto para 23 de dezembro.

Os parlamentares da base governista não acreditam que seja necessário utilizar a liberação das emendas de comissão como um mecanismo para consolidar o alinhamento dos deputados e senadores.

No entanto, vale ressaltar, o entrave posto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de seguir o rito natural da Casa para votação da PEC de corte de gastos, o que atrapalharia o processo para aprovação da matéria ainda em 2024.

A PEC trata da revisão de normas do abono salarial, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), além de subsídios e subvenções.

Na oposição, deputados indicaram que o ajuste proposto pelo governo federal é “tímido” e esperam que as emendas não voltem a ser utilizadas como forma de angariar votos para o pacote do Planalto. A expectativa da equipe econômica do Executivo é economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30 bilhões em 2025 e outros R$ 40 bilhões em 2026.

Regras das emendas parlamentares

O Congresso Nacional aprovou, em novembro, o PLP do Rubens Pereira Júnior (PT-MA), vice-líder do governo, com novas regras para garantir a transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares. A proposta então foi sacionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sem vetos.

Apesar de Dino ter liberado a execução das emendas parlamentares, ele apresentou ressalvas à proposta entregue pelo Legislativo. Sobre as emendas parlamentares, o ministro determinou que as de comissão e de bancada registrem em ata o nome do parlamentar que sugeriu a proposta.

“Repito: tais emendas devem ser deliberadas nas respectivas bancadas e comissões, sempre com registro detalhado em Ata, na qual deve conter, inclusive, a identificação nominal do(s) parlamentar(es) ‘solicitante(s)’ ou autor(es) da(s) proposta(s)”, pontuou o magistrado.

Flávio Dino também estabeleceu limite para o aumento do valor total das emendas a cada ano. O ministro do STF determinou que o crescimento, no máximo, ao considerar o menor percentual do:

  • Crescimento das despesas discricionárias (não obrigatórias) do Executivo;
  • Limite de crescimento do teto do arcabouço fiscal;
  • Crescimento da receita corrente líquida.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?