Governo tem déficit de R$ 1,5 bilhão em março, diz Tesouro
No acumulado de 2024, as contas do governo registram superávit primário de R$ 19,4 bilhões
atualizado
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As contas do governo central registraram um déficit primário, quando as despesas são maiores que as receitas, sem contar os juros, de R$ 1,5 bilhão em março deste ano, frente a um déficit de R$ 7,1 bilhões em março de 2023, em valores nominais. Comparado a março de 2023, o resultado primário observado decorre da combinação de aumento real de 8,3% (R$ 12,6 bilhões) da receita líquida e aumento real de 4,3% (R$ 6,8 bilhões) das despesas totais.
O governo central inclui o Tesouro Nacional, o Banco Central (BC) e a Previdência Social. O Tesouro e o Banco Central foram superavitários em R$ 20,0 bilhões, enquanto a Previdência Social apresentou déficit primário de R$ 21,5 bilhões.
Os números foram divulgados nesta segunda-feira (29/4) pelo Tesouro Nacional.
No acumulado do ano, o governo central totaliza superávit primário de R$ 19,4 bilhões, ante superávit de R$ 31,2 bilhões no mesmo período de 2023 (em termos nominais).
Do lado da receita, os principais destaques foram: 1) elevação do imposto sobre a renda (+R$ 14,1 bilhões); 2) crescimento da arrecadação do PIS/Pasep e Cofins, nos valores de R$ 5,4 bilhões e R$ 16,7 bilhões, respectivamente, decorrente de acréscimos da arrecadação relativa aos setores de combustíveis, financeiro e comercial (tanto atacadista como varejista); 3) aumento da arrecadação líquida do RGPS em R$ 9,0 bilhões, consequência do somatório dos efeitos dos crescimentos da massa salarial, da arrecadação do Simples Nacional previdenciário e da
criação de empregos formais.
Do lado da despesa, o destaque ficou com a elevação de R$ 29,5 bilhões nas sentenças judiciais e precatórios (pagamento de dívidas da União), decorrente do pagamento de precatórios em fevereiro de 2024, enquanto em 2023 esse pagamento foi concentrado no mês de maio.
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Já no acumulado em 12 meses (até março de 2024), o resultado primário do governo central foi de déficit de R$ 247,4 bilhões, equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Nós estamos felizes com os resultados que foram obtidos no primeiro trimestre, evidenciando o resultado efetivo de medidas que foram tomadas, mas insistindo que ainda há desafios e nós precisamos continuar firmes nesse processo”, disse o secretário Rogério Ceron.
O secretário frisou que é preciso garantir a boa performance da receita e evitar novas renúncias. “A receita está performando, mas não há nenhum espaço para relaxamento ou algo que o valha”, completou.
A meta de resultado primário para este ano é zero, mas os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento estimam que o resultado negativo ficará em R$ 9,3 bilhões.