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Governo sobre ataque em terra Yanomami: “Não vamos ceder um milímetro”

Três ministras, presidente da Funai e secretário nacional de Segurança Pública viajaram à Roraima após ataque contra indígenas yanomamis

atualizado

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mulehres lado a lado
1 de 1 mulehres lado a lado - Foto: Reprodução

Em coletiva de imprensa na noite desta segunda-feira (1º/5), em Boa Vista (RR), representantes do primeiro e segundo escalões do governo federal afirmaram que o Estado não vai recuar na ação de desintrusão de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami.

Três ministras viajaram a Roraima nesse domingo (30/4) após garimpeiros efetuarem disparos de arma de fogo contra três indígenas. Um deles morreu e os outros foram levados em estado grave ao hospital e, após atendimento e cirurgia, estão em situação de saúde estável.

“A palavra do presidente Lula, portanto, através de suas ministras, é de que não vamos ceder um milímetro àqueles que desafiam a autoridade legal. Vamos reforçar a presença das polícias onde ela for necessária, vamos reforçar a segurança daqueles que atuam no exercício das suas funções institucionais”, declarou o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.

A secretaria, subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, é responsável por acompanhar a implementação de programas do governo federal na área de segurança pública. Ao lado do secretário, estavam as ministras Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Marina Silva, do Meio Ambiente; Nísia Trindade, da Saúde; e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. 

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“Vamos reforçar as equipes do Ibama, da PRF, da Polícia Federal, com suporte das Forças Armadas, que é fundamental o suporte logístico e operacional para que a gente possa dar um resposta à altura”, afirmou Marina Silva.

A ministra da Saúde destacou o empenho das equipes de saúde para salvar a vida dos dois baleados que tiveram a oportunidade de ser atendidos e lamentou a morte de Ilson Xirixana, 36 anos, que era agente indígena de saúde.

“Esse ataque ocorreu próximo a uma unidade de saúde que conseguimos reabrir recentemente. Isso coloca para nós, ao lado do cuidado da saúde da população indígena, também o cuidado com os trabalhadores da saúde: nós precisamos cuidar de quem está cuidando”, pediu Nísia Trindade.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que, ainda esta semana, os ministérios definirão como a operação de desintrução avançará e destacou que o objetivo do governo é evitar conflitos na terra indígena.

“Nossa preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível, queremos amenizar a situação e evitar derramamento de sangue”, afirmou Guajajara.

Situação Yanomami

Desde janeiro, o governo federal atua diretamente na terra yanomami após ser constatada uma crise sanitária e humanitária na região. A situação de saúde dos indígenas é causada pelo garimpo, que polui a natureza e causa doenças.

Para resolver a situação, uma operação integrada de desintrusão foi deflagrada por diferentes órgãos, como Polícia Federal, Forças Armadas, Força Nacional, Ibama e Funai.

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Na ação conjunta, a primeira fase buscou interromper a atuação do garimpo nas terras Yanomami. A segunda visou retirar os garimpeiros do território indígena. Por fim, a terceira fase, iniciada em 6 de abril, busca retomar as bases que haviam sido roubadas pelos garimpeiros, para armazenamento dos insumos utilizados na atividade ilegal.

De acordo com balanço de 11 de abril, foram retiradas 70 balsas, quatro aeronaves, 11 embarcações e desmontados mais de 290 acampamentos de garimpeiros, com a destruição de 145 motores e apreensão de quase 14 mil quilos de cassiterita, principal minério de estanho utilizado por indústrias na produção de tintas, plásticos e fungicidas.

Ao total, foram apreendidos e bloqueados em operações da Polícia Federal R$ 68 milhões.

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