Líbano: Governo sinaliza que pode incluir repatriados no Bolsa Família
Inclusão no Bolsa Família também é vista com bons olhos por pessoas que tiveram as vidas impactadas pela guerra, mesmo longe do Líbano
atualizado
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O governo brasileiro sinalizou que repatriados do Líbano podem ser incluídos em programas de políticas públicas, como o Bolsa Família, ao regressarem ao Brasil. A informação foi divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em nota.
De acordo com a pasta, uma equipe de assistentes sociais foi escalada para recepcionar os repatriados e agilizar o processo de inclusão nos programas do governo federal. O primeiro voo com resgatados do Líbano chegou ao Brasil nesse domingo (6/10), com 229 pessoas.
“O Ministério do Desenvolvimento Social escalou um time de assistentes sociais para casos em que a família não tenha mais vínculos definidos no Brasil. Se for necessário, a pasta atua numa política de abrigamento e avalia situações de vulnerabilidade para agilizar acesso ao Cadastro Único e a programas como o Bolsa Família”, disse o MDS em comunicado.
Além de repatriados, a possibilidade de ser incluído em programas de assistência do governo federal tem chamado a atenção de brasileiros que tiveram suas vidas impactadas pela guerra no Líbano, mesmo longe do território alvo de bombardeios israelenses.
É o caso de Regia Cilene da Silva, que perdeu o emprego enquanto aguardava a filha menor de idade retornar ao Brasil.
“Eu acabei perdendo meu trabalho, e estou a dois dias desempregada por causa de toda essa situação”, disse Regia ao Metrópoles.
Regia é mãe da pequena Anah, de 7 anos, no município de Dourado, interior de São Paulo. Apesar de ser natural do Brasil, a criança morava no Líbano há cerca de quatro anos com o pai, que possuí a guarda compartilhada da criança. Os dois precisaram deixar o país após a intensificação da violência na região.
“Por estar resolvendo o pedido de repatriação brasileira, e o deslocamento para buscar minha filha na base da Força Aérea, tive que me ausentar quatro dias do trabalho, e acabei sendo demitida”, revela Regia. “Nunca precisei fazer esse pedido, mas se não consegui arrumar trabalho rápido vou ser obrigada a aceitar”.
Até o momento, ainda não está claro quais pessoas e grupos poderão ser contempladas com os benefícios do governo brasileiro, nem se a situação de Regia se encaixa nos casos em que o MDS deve trabalhar para agilizar a inclusão.