metropoles.com

Governo retira do Inpe função de divulgar dados de queimadas

Órgão fazia levantamento há décadas. Para ex-diretor do Inpe, mudança é uma tentativa de controlar informações divulgadas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Mayke Toscano/Secom-MT
Operação conjunta tenta coibir uso ilegal do fogo em queimadas na Amazônia
1 de 1 Operação conjunta tenta coibir uso ilegal do fogo em queimadas na Amazônia - Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

O governo federal excluiu, nesta segunda-feira (12/7), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) da atribuição de divulgar os dados sobre queimadas e incêndios em florestas brasileiras. O instituto é responsável por divulgar essas e outras informações diariamente há décadas.

Durante reunião realizada pelo Ministério da Agricultura para fazer o anúncio, o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, afirmou que a função ficará a cargo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A partir desta terça-feira (13/7), o órgão, que é subordinado ao Ministério da Agricultura, vai monitorar e divulgar os locais com maior probabilidade de ocorrência de incêndios por meio do Painel de Monitoramento ao Risco de Incêndio.

Segundo Oliveira, a mudança aconteceu para evitar problemas de integração de dados, uma vez que dados meteorológicos vinham do Inmet. “É um problema que o Brasil enfrentava há décadas, na verdade, há mais de 40 anos, a pulverização na divulgação de dados sobre incêndio e meteorologia”, disse.

Já o Ministério da Agricultura afirmou, em nota, que “a iniciativa se deu devido aos incêndios florestais e queimadas, que ocorrem normalmente de julho a setembro no Brasil central, ocasionando grande impacto ao meio ambiente, ao agronegócio e à economia brasileira”.

3 imagens
Cinquenta homens trabalharam para controlar o fogo, em uma área que atingiu trechos de oito fazendas da região
1 de 3

Também não se sabe se bovinos morreram no meio da queimada

Reprodução
2 de 3

Cinquenta homens trabalharam para controlar o fogo, em uma área que atingiu trechos de oito fazendas da região

DANIEL BELTRÁ/GREENPEACE/ARQUIVO
3 de 3

Silvio Andrade/Portal Governo do Mato Grosso do Sul

Ao Estadão, o físico Ricardo Galvão, que foi exonerado do cargo de diretor do Inpe em 2019 por Jair Bolsonaro (sem partido) após defender a veracidades dos dados divulgados pelo órgão, afirmou que a mudança representa uma forma de controlar as informações divulgadas.

“O Inpe não tinha essa questão de conflito de interesses. É um órgão da ciência e tecnologia. Seus dados sempre foram importantes e respeitados. Essa mudança claramente é para controlar a informação. É a única razão de fazer isso”, disse.

Em 2019, duas semanas antes da exoneração de Galvão, Bolsonaro afirmou que os dados preocupantes sobre a ação de criminosos na Amazônia eram mentirosos. O presidente disse que o ex-diretor, que estava no órgão desde 1970, estaria “a serviço de alguma ONG”. No entanto, mesmo após a saída de Galvão, os dados continuaram a mostrar um aumento mensal nos níveis de desmatamento.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?