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Governo quer baratear custo da energia no país, diz ministro

Bento Albuquerque esteve pela primeira vez em uma visita oficial ao Senado para apresentar os desafios da pasta para os próximos anos

atualizado

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Fernando Frazão/Agência Brasil
Ministro Bento Albuquerque
1 de 1 Ministro Bento Albuquerque - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Na primeira visita oficial ao Senado, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, apresentou as principais propostas para a área nos próximos anos. Entre os desafios, segundo o chefe da pasta, está baratear o custo na energia elétrica no país.

Além do ajustamento tarifário, Bento Albuquerque quer promover a expansão da matriz, garantir a segurança energética e atender os objetivos socioambientais. “Estamos procurando melhorar a governança do ministério para baratear os custos da energia”, frisou.

Segundo avaliação do ministro, a energia é fundamental para o desenvolvimento econômico do país. O crescimento médio será de 2,7% entre 2019 e 2022 e, nesse período, haverá investimentos de R$ 1,5 trilhão em petróleo, gás e energia.

No país, 44% das matrizes energéticas são renováveis. Na média mundial, fica pouco abaixo de 20%. “A transição energética no país começou na década 1970, quando construímos a hidrelétrica Itaipu. Até hoje, é a maior binacional existente”, destacou.

Na tentativa de criar articulação política para ter uma agenda positiva para o setor, o ministro destacou que o Executivo federal já realizou mais de 60 encontros com parlamentares e governadores. “Temos muito a trocar e a planejar para obter bons resultados”, concluiu.

Peru, Paraguai, Bolívia e Argentina estão entre os países que receberão comitivas para tentar negociações para o desenvolvimento energético. A intenção do governo é manter encontros bimestrais.

Petróleo, gás e biocombustíveis
O setor de óleo e gás deve ganhar 17 novas plataformas para exploração. “Daqui a 20 anos, seremos um dos cinco principais produtores de petróleo do mundo”, estima. A expectativa é a de que o Brasil, até 2035, aumente para 24 bilhões de barris em reservas.

Entre os principais objetivos do governo está o investimento na produção de gás. A Petrobras é a maior consumidora do combustível. Para se ter dimensão da influência da estatal, ela é sócia de 20 das 27 produtoras que operam no país.

“Temos que melhorar a nossa infraestrutura. Não adianta descobrir gás no pré-sal. Não há competitividade e interesse do investidor por que existe um monopólio da União e dos estados”, criticou, ao destacar que o Brasil tem estrutura inferior a de países como Argentina e Estados Unidos.

Energia elétrica
O ministro destacou que o país teve nos primeiros meses do ano recordes de consumo. “Isso mostra que nosso sistema é eficiente apesar dos problemas que enfrentamos, como a falta de chuvas. Mesmo com o consumo alto, tivemos capacidade de corresponder à demanda”, comemorou.

Apesar disso, é preciso aprimorar o setor. Um dos exemplos citados por Bento Albuquerque é o não cumprimento por parte da Venezuela do contrato com o governo brasileiro. Em Roraima, o abastecimento ficou comprometido após o país vizinho parar de fornecer eletricidade. O ministro pretende iniciar ainda neste ano tratativas para atrair investimentos que garantam a segurança energética no estado.

Outra situação monitorada pelo governo é o contrato de Itaipu com o Paraguai. “O acordo vence em 2023, mas montamos um grupo de trabalho para traçar os critérios para uma possível renovação.” Atualmente, o Brasil consome 80% de toda a eletricidade produzida da hidrelétrica. “Temos que observar o que vamos consumir, quanto podemos dispor e quanto pagaremos por isso”, salientou.

Um dos setores mais promissores, segundo o ministro, é a exploração mineral. “O Chile tem três commodities, já o Brasil tem 50. Espero que a mineração se torne pop assim como a agricultura”, brincou o almirante Bento Alburquerque.

Entre as ações do governo, está a ideia de aprimorar o monitoramento de barragens e a fiscalização. Ele citou como um exemplo a não ser seguido o caso de Brumadinho. “Nessa segunda-feira (25), iniciamos um curso para 40 pessoas que se juntarão aos fiscais de controle. Assim como em outros setores, temos que aumentar a segurança jurídica, a credibilidade institucional e propiciar novas descobertas”, concluiu.

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