metropoles.com

Governo promete contratação “técnica” e não “política” no Mais Médicos

Ministério finaliza projeto de lei que muda contratações e avaliação de qualificação para profissionais que desejam participar do programa

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Mais médicos - Metrópoles
1 de 1 Mais médicos - Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Técnicos do Ministério da Saúde finalizam o projeto de lei que substituirá a regulamentação atual do programa Mais Médicos. O chefe da pasta, Luiz Henrique Mandetta, viajará para Genebra, na Suíça, para participar da Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos próximos dias. Na volta, ele começa a avaliar o texto que deve ser enviado ao Congresso Nacional ainda este ano.

Não estão definidos os novos parâmetros, mas Mandetta adiantou que serão revistos meios de contratação e de avaliação de qualificação, como graduação e pós-graduação dos profissionais. Por o programa ser regulado por uma lei — assinada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em outubro de 2013 —  o ministro espera o regresso da viagem para começar ajustes no texto e as negociações com congressistas. Na expectativa dele, até o fim deste mês o projeto deve estar pronto.

A intensão do governo é realinhar o funcionamento da Saúde com foco na atenção básica, setor responsável por consulta e vacinação, por exemplo. Com isso, programas como Saúde da Família e Mais Médicos ganham mais notoriedade. “O programa é baseado em lei, então, qualquer alteração tem que ser feita via casa de leis”, apontou nessa quinta-feita (16/05/2019).

Segundo técnicos da pasta, as principais mudanças estão ligadas ao reconhecimento do diploma médico. Uma das ideias do governo é que o profissional seja selecionado por meio de uma prova e, se aprovado, faça o processo de revalidação. Hoje, a exigência não existe. Nos bastidores, se comenta que o governo pretende dar um tom mais “técnico” e menos “político” às regras do programa.

Entre outras normas, o governo pretende mudar os critérios de cálculo de quantos médicos cada cidade participante do programa pode receber, além dos parâmetros que permitem a adesão das secretarias de Saúde.

Antes mesmo de assumir o governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que alteraria o Mais Médicos. Após críticas do pesselista, Cuba rompeu o convênio em 14 de novembro do ano passado. O país abandonou a parceria depois da exigência do chefe do Executivo de pagamento integral da bolsa de R$ 11 mil ao profissional — pelo acordo, Cuba ficava com 70% do provimento — e os médicos passarem pelo exame de reconhecimento de diplomas estrangeiros.

Seis meses após a ilha caribenha romper o contrato com o Mais Médicos, o Ministério da Saúde ainda não conseguiu recompor o quadro de profissionais. Nesta semana, o governo lançou um edital para a contratação de dois mil profissionais para o programa. As inscrições começam em 27 de maio para o preenchimento de vagas em quase 800 municípios vulneráveis, como comunidades ribeirinhas, fluviais, quilombolas e indígenas.

Em cinco anos de funcionamento, o programa atendeu ao todo 63 milhões de brasileiros. Os médicos cubanos representavam cerca de 45% dos profissionais em atuação em 2,8 mil municípios. Em alguns deles, eram a única forma de atendimento de saúde. Dos 18,2 mil médicos do programa, 8,3 mil são cubanos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?