Governo proíbe mistura de vacinas de laboratórios diferentes
Orientação é de que estados e municípios não utilizem vacinas de farmacêuticas diferentes para completar o esquema vacinal dos pacientes
atualizado
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O Ministério da Saúde informou, nesta quinta-feira (8/7), que não recomenda a combinação de vacinas contra a Covid-19 para nenhum público. Na prática, a orientação é de que estados e municípios não utilizem vacinas de laboratórios diferentes para completar o esquema vacinal dos pacientes.
A informação foi dada em coletiva de imprensa na sede do órgão. Na ocasião, o ministro Marcelo Queiroga anunciou a retomada da vacinação de grávidas e puérperas sem comorbidades. O titular da Saúde também ressaltou que a mistura de fármacos de laboratórios diferentes não é considerada segura.
“Estudos de intercambialidade estão sendo realizados, mas ainda não são suficientes para tomar essa decisão como uma estratégia de saúde pública. Quando houver mais estudos, o Programa Nacional de Imunização (PNI), apoiado pela câmara técnica, [implementará]”, afirmou.
A imunização com doses de laboratórios diferentes em grávidas chegou a ocorrer em dois estados brasileiros: Rio de Janeiro e Ceará. A medida foi adotada em maio, após o Ministério da Saúde suspender a vacinação de gestantes e puérperas com o fármaco da AstraZeneca. A suspensão ocorreu após a morte de uma mulher de 35 anos que havia tomado o imunizante.
Na época, a pasta também suspendeu a imunização de grávidas e puérperas sem comorbidades. O grupo foi proibido de receber vacinas de qualquer laboratório, e apenas gestantes com doenças pré-existentes foram autorizadas a participar da campanha.
Queiroga criticou fortemente o “mix de vacinas” e disse que a medida coloca a vida dos pacientes em risco. “O primeiro objetivo é garantir a segurança em relação a qualquer estratégia de segurança. Essa estratégia vai garantir a segurança das pessoas? Se não for seguro, nós não faremos”, afirmou.
Retomada da imunização
Nesta quarta-feira, a pasta voltou a recomendar a imunização de gestantes sem doenças pré-existentes. Todas as grávidas, no entanto, só podem ser imunizadas com duas das quatro vacinas disponíveis no Brasil: Pfizer e Coronavac (Sinovac).
O secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério, Raphael Câmara Parente, explica que imunizantes produzidos com adenovírus não replicante, como a AstraZeneca e a Janssen, podem causar eventos adversos em pessoas gestantes. “O vírus vivo atenuado pode provocar infecção. É muito importante a imprensa e a sociedade entenderem que, com grávidas, é preciso ter cuidado extremo, cautela máxima, excesso de zelo e avaliação de risco e benefício”, argumentou.