Governo passa a prever inflação de 4,66% em 2023, dentro da meta
Pela primeira vez, relatório do Ministério da Fazenda traz estimativa para o IPCA em 2023 dentro do intervalo de metas de inflação
atualizado
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Pela primeira vez no ano, o Ministério da Fazenda passou a prever que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, fique dentro do regime de metas de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O centro da meta é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o objetivo será alcançado se a inflação ficar entre 1,75% e 4,75%.
No Boletim Macrofiscal, divulgado nesta terça-feira (21/11) pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a previsão para a inflação recuou de 4,85% para 4,66% em 2023, dentro, portanto, do limite superior.
“O processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023”, pontua o governo no relatório.
Na última segunda-feira (20/11), o Relatório Focus do Banco Central (BC), documento que resume as expectativas de mercado, indicou que os agentes financeiros esperam inflação ainda mais baixa, em 4,55%.
Inflação desacelera e fica em 0,24% em outubro, abaixo do esperado
O IPCA ficou em 0,24% em outubro deste ano, de acordo com dados divulgados em 10 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, até outubro, a inflação oficial do país foi de 4,82%. No ano (de janeiro a outubro), a inflação acumulada é de 3,75%.
Novo ano
Para 2024, a estimativa do governo para a inflação avançou de 3,40% para 3,55% em 2024. Para 2024, a meta do CMN é de 3%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
“Este ano, tudo indica, já fecharemos o ano dentro da banda superior da meta de inflação. E no ano que vem, nós iniciaremos um processo de convergência para aproximar a inflação verificada do centro da meta, estabelecida em 3%”, disse o secretário de Política Econômica e auxiliar do ministro Fernando Haddad, Guilherme Mello, em coletiva de imprensa na tarde desta terça.
O governo diz que a estimativa para inflação no ano que vem avançou em 0,15 ponto percentual impulsionada pelo reajuste de ICMS anunciado pelos estados, além de mudanças pontuais no cenário projetado para o câmbio e para os preços de commodities.
Nessa previsão, já estão compatibilizados os efeitos do El Niño nos preços de alimentação, energia e etanol, diz a Fazenda.
A estimativa do mercado para o IPCA do ano que vem, segundo o Focus, é de 3,91%.