Governo manda diplomatas de Maduro deixarem o Brasil até 2 de abril
Deputado petista Paulo Pimenta vai apelar ao STF para que expulsão seja suspensa, e diz que diplomatas ajudam em logística de oxigênio
atualizado
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O governo brasileiro mandou a Polícia Federal notificar os diplomatas venezuelanos fiéis a Nicolás Maduro a deixarem o Brasil até o dia 2 de abril. É mais um capítulo na escalada de hostilidade entre a gestão Bolsonaro e o regime de Maduro. A administração atual brasileira já tentou expulsar 34 diplomatas antes, em maio, mas foi impedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
O Brasil não reconhece a ditadura de Maduro como legítima, e considera que o oposicionista Juan Guaidó é o presidente por direito. São os indicados por Guaidó que o Itamaraty considera representantes da Venezuela no Brasil, mas eles não possuem poderes de fato.
“Trata-se de mais uma iniciativa hostil e gratuita contra o povo venezuelano, bem como total desrespeito aos brasileiros, em especial os dos estados do Amazonas e do Amapá, que têm recebido ajuda da Venezuela para tratar doentes de Covid-19”, criticou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que prometeu entrar nesta terça-feira (23/3) com um aditamento ao pedido de habeas corpus aceito pelo Supremo no ano passado.
“Neste momento, em situação dramática aqui e lá, nada justifica essa postura criminosa do governo brasileiro contra os diplomatas venezuelanos”, continuou o petista, que lembrou que Amazonas e Amapá seguem recebendo oxigênio enviado pelo governo da Venezuela. “É quase inacreditável que pessoas que estão nos ajudando neste momento, inclusive ampliando o apoio logístico para os dois estados, sofram tamanha perseguição”, concluiu Pimenta.
Em nota reproduzida pelo blog de Bela Megale no jornal O Globo, o Ministério das Relações Exteriores informou que “não houve expulsão desses cidadãos, mas sim a determinação para que eles regularizem a situação migratória”. Ou seja, a pasta de Ernesto Araújo exigiu que os servidores venezuelanos renunciem aos postos diplomáticos no governo Maduro.
Sobre o fornecimento de oxigênio, o Itamaraty declarou que é “um tema separado” e que “o Ministério das Relações Exteriores não tomou medidas que impedissem a entrada do oxigênio hospitalar no país”.