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Governo Lula celebra entregas na área ecológica, mas ainda bate cabeça

Entregas do Plano de Transformação Ecológica esbarram em disputas entre ministérios, divergências com Legislativo e cobranças do Judiciário

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ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva discursa durante posse - metrópoles
1 de 1 ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva discursa durante posse - metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Em fóruns internacionais, um dos principais temas celebrados pelo governo Lula (PT) são as entregas na agenda ambiental, em especial pelo Plano de Transformação Ecológica (PTE) do Ministério da Fazenda. A implementação do PTE envolve a articulação de outros ministérios e poderes para colocar em prática programas e leis. A ideia é que esses programas virem políticas de Estado e não sejam descontinuados por gestões futuras.

Apesar disso, o governo ainda bate cabeça em meio a disputas internas entre ministérios e divergências com o Legislativo, que resiste ao avanço de algumas matérias ambientais.

Enquanto a Fazenda consegue tocar temas do PTE em articulação com as demais pastas, há um flanco aberto entre o Meio Ambiente, de um lado, e os Ministérios de Minas e Energia e da Agricultura, de outro. Isso porque a visão dos respectivos ministros — Marina Silva, Alexandre Silveira e Carlos Fávaro — costuma ter pontos de discordâncias.

A “bateção de cabeça” envolveu temas como a exploração de petróleo na Margem Equatorial e, mais recentemente, o adiamento de uma norma da União Europeia antidesmatamento e as obras de asfaltamento da BR-319/AM/RO, no trecho entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO). O Meio Ambiente tende a resistir a medidas que ampliem a produção petrolífera e o afrouxamento de regras ambientais.

Nesses aspectos, porém, a pasta de Marina Silva sai perdendo também no Congresso, onde as bancadas do agronegócio e do empresariado são fortes e ativas. Da parte da Fazenda, há o entendimento de que os temas estão conseguindo avançar em ritmo relativamente veloz e em uma relação de parceria.

Um balanço do PTE divulgado nesta semana destacou ações como o Programa Mover, que foca em reduzir as emissões de carbono pela frota automotiva, e que já teve mais de R$ 100 bilhões de novos investimentos anunciados. Também foi citado o Marco Legal do Hidrogênio, que dará incentivos fiscais com teto de R$ 18 bilhões até 2032.

Outra iniciativa é o programa Combustíveis do Futuro, que prevê investimentos em etanol, biodiesel, diesel verde, biogás, SAF (combustível sustentável de aviação) e combustíveis sintéticos, além de captura, uso e estocagem de carbono, com estimativas de R$ 200 bilhões de acordo com o Ministério de Minas e Energia.

Essas três iniciativas foram aprovadas pelo Congresso, após articulação do governo, mas ainda há outras na fila.

Próximos passos

Em agosto, o presidente da República e os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), assinaram o Pacto Pela Transformação Ecológica entre os Poderes.

A ideia é estruturar núcleos de inovação tecnológica das instituições de pesquisa (universidades sustentáveis e inovadoras). Também está prevista a criação do visto verde para investidores e mão-de-obra qualificada relacionada à transformação ecológica, além do selo verde para certificação das atividades de baixa emissão de carbono.

O planejamento do PTE prevê ainda a regulamentação do Ecoinvest e a realização de leilões.

No Congresso, o governo quer continuar aprovando matérias nos próximos meses, com foco na regulamentação do mercado de carbono e na produção de energia eólica no mar.

A Fazenda diz que o mercado de carbono vai impactar positivamente no crescimento do PIB e na taxa de investimento, além de auxiliar na redução do desemprego. Já a produção de eólicas no mar poderá destravar ao menos R$ 20 bilhões apenas com investimentos em desenvolvimento de projetos.

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