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Governo Lula anula leilão que comprou 263 mil toneladas de arroz

Leilão foi suspenso por suspeita de irregularidades nas empresas arrematadoras. Próximo leilão não tem nada marcada

atualizado

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Arroz e dinheiro
1 de 1 Arroz e dinheiro - Foto: Getty Images

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou, nesta terça-feira (11/6), que o governo Lula (PT) decidiu anular o leilão público responsável por comprar 263 mil toneladas de arroz, após suspeitas de irregularidades. A decisão foi tomada após as empresas arrematadoras do leilão apresentarem “fragilidades”, segundo Pretto, para realizar a importação do alimento.

“A decisão é anular esse leilão e proceder novo, mais ajustado, para contratar empresas que possam entregar arroz de qualidade no melhor preço”, disse o presidente da companhia.

Ainda de acordo com o chefe da Conab, não há data definida para o novo leilão.

Confira a entrevista sobre o leilão de arroz:

“Começaram os questionamentos se essas empresas têm capacidade técnica e financeira de honrar os compromissos com a quantidade expressiva de dinheiro público”, disse. “Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter as garantias que vamos contratar empresas com capacidade técnica e financeira”, explicou Pretto.

“Não pode colocar dinheiro público se tiver qualquer fragilidade ou dúvida”, disse o presidente da Conab.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou que o governo não vai recuar e deve providenciar a abertura de um novo edital para a compra do grão. “A CGU [Controladoria-Geral da União] e a AGU [Advocacia-Geral da União] vão auxiliar, vamos promover novo leilão, não vamos recuar”, afirmou.

“No conjunto das empresas, uma maioria tem fragilidades, sendo que tem empresas consistentes e que participarão desse leilão quando acontecer novamente”, destacou.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, reforçou que o Brasil tem um volume justo entre produção e consumo: “Ninguém diz que não tem arroz no Brasil”. Ele ainda ressaltou que é a decisão “do presidente [Lula] que isso [as questões ligadas ao abastecimento do arroz] não reflita na mesa dos mais humildes”.

“Está posto o cenário, temos a clareza que precisa ser aperfeiçoado o edital, e o leilão será feito com o conjunto governamental para dar suporte, vamos conseguir edital mais moderno e transparente”, disse.

Leilão do arroz

Na última semana, o Brasil comprou 263,37 mil toneladas de arroz. O volume adquirido corresponde a 87,79% do total de 300 mil toneladas do pedido inicial do governo. Para comprar o produto, a Conab desembolsou R$ 1,3 bilhão, dos R$ 1,7 bilhão liberados.

O pré-leilão foi marcado por uma batalha judicial para impedir a compra do produto importado, motivada pela resistência de setores produtivos gaúchos e parlamentares da oposição. Mas, ao fim, a aquisição foi autorizada pela Justiça Federal.

Na última quinta-feira (6/6), o governo federal comprou a primeira remessa do alimento importado para conter eventual alta de preços após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.

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