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Governo gera revolta ao anunciar venda do Palácio Capanema, no Rio

Edifício tombado integra lista com mais de 2 mil imóveis que serão oferecidos no fim deste mês a investidores

atualizado

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Reprodução/Iphan
Edifício Gustavo Capanema
1 de 1 Edifício Gustavo Capanema - Foto: Reprodução/Iphan

O Palácio Capanema, no Centro do Rio, foi listado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como um dos dois mil imóveis que serão vendidos em um feirão do Governo Federal a investidores.

A construção é considerada um marco da arquitetura moderna brasileira, tendo sido projetada por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. A fachada ainda é revestida com azulejos de Cândido Portinari e envolvida por jardim de Burle Marx.

Além disso, o edifício foi eleito em 1943 o mais avançado do mundo, em construção, pelo Museu de Arte Moderna de Nova York. Após sua inauguração, em 1945, chegou a ser sede de dois ministérios: da Educação e da Saúde Pública. Anos depois, em 1948, tornou-se um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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Foto histórica do Edifício Gustavo Capanema, fundado em 1956
Anúncio da venda foi feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes
Edifício está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro, na Rua da Imprensa, número 16
O Capanema foi um dos primeiros edifícios, em todo o mundo, a fazer uso do recurso do brise-soleil (quebra-sol) a fim de evitar a incidência direta de radição solar em sua fachada norte
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No site do Iphan, o Capanema é descrito como fruto do encontro de nomes como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, sob a consultoria de Le Corbusier

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Foto histórica do Edifício Gustavo Capanema, fundado em 1956

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Anúncio da venda foi feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes

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Edifício está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro, na Rua da Imprensa, número 16

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O Capanema foi um dos primeiros edifícios, em todo o mundo, a fazer uso do recurso do brise-soleil (quebra-sol) a fim de evitar a incidência direta de radição solar em sua fachada norte

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Reações

O anúncio de que o Capanema foi integrado à lista de imóveis que o governo oferecerá a investidores causou reações imediatas na internet.

Filha do arquiteto Lucio Costa, a também arquiteta Maria Elisa Costa, 86, publicou nas redes sociais uma carta em que critica a decisão do governo e defende a importância do prédio para a consolidação da arquitetura moderna do Brasil e mundo. “Ignorar este fato é um atestado de ignorância que o Brasil não merece. Como afirma Lucio Costa num vídeo: ‘Nós não somos medíocres, não temos vocação para a mediocridade'”, escreveu Maria Elisa.

Pablo Benetti, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio, classificou a venda do Capanema como ilegal. “Um prédio tombado não pode ser vendido (…) só pode ser repassado para outro ente estadual e federal. Então, é uma venda ilegal”, afirmou.

O deputado Marcelo Calero (Cidadania), ex-ministro da Cultura,  afirmou que o edifício é um “marco civilizatório do nosso País, como arquitetura e política pública”. “Não vamos aceitar a tentativa de venda do Palácio Capanema”, disse. “Um patrimônio em uso por diversos órgãos. Um dos símbolos do modernismo brasileiro e da nossa produção cultural”, completou.

Talíria Perone (PSOL) também se manifestou. “Bolsonaro e Paulo Guedes querem vender o Brasil. É imoral a forma como esse governo trata o patrimônio público. Palácio Capanema resite”, escreveu a deputada federal no Twitter. 

 

 

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