Governo federal vê onda criminosa de incêndios e PF abre inquéritos
Há 31 inquéritos da Polícia Federal abertos para investigar incêndios na Amazônia e Pantanal. Os dois últimos são para averiguar fogos em SP
atualizado
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou, neste domingo (25/8), durante coletiva de imprensa, que foi criada há mais de 2 meses uma sala de situação para o acompanhamento da estiagem e do fogo no Brasil. A chefe da pasta disse, também, que foi realizada a “abertura de 31 inquéritos” pela Polícia Federal (PF) para investigar os incêndios na Amazônia, Pantanal e, agora, em São Paulo.
A operação envolve diversos órgãos governamentais, como Ibama, ICMBio, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério da Defesa, Marinha e os Corpos de Bombeiros dos estados.
Segundo a ministra, a orientação do presidente Lula é “trabalharmos em conjunto com governadores, prefeitos e brigadas”. Ela também enfatizou a necessidade de mobilizar esforços para identificar e punir aqueles que estão provocando incêndios intencionalmente.
“Nesse momento, é uma verdadeira guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, informou Marina.
Ela também condenou o crime de atear fogo “em períodos de alta temperatura e baixa umidade do ar”, afirmando que “fogo não é estadual, não é municipal. É para todos nós combatermos”. A ministra destacou dois fatores que estão causando a disseminação da fumaça na capital federal: os incêndios no entorno e a fumaça proveniente de outras regiões, ressaltando que a situação está sendo avaliada.
“Em São Paulo, não é natural que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente tantos municípios. Mas isso as investigações vão dizer”, declarou.
A sala de situação abrange medidas já adotadas, como mudanças na legislação, concessão de crédito extraordinário para reforçar as equipes em campo e uma abordagem transversal. Mais de 20 ministérios, coordenados pela Casa Civil, estão envolvidos na ação, segundo a ministra.
De acordo com o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, “é muito cedo para se dizer sobre envolvimento do crime organizado nessas ações”.