Governo federal seleciona projetos para proteger bacias hidrográficas
Universidades, ONGs e outras entidades do terceiro setor podem participar com iniciativas de proteção e revitalização
atualizado
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Enviada especial a Minas Gerais – O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, assinou o segundo edital de chamamento para projetos de proteção e revitalização de nascentes, córregos e matas ciliares nas bacias hidrográficas do país. O ato ocorreu nesta segunda-feira (18/10), na nascente histórica do Rio São Francisco, em São Roque de Minas (MG).
Lá, Marinho plantou uma muda para representar, de forma simbólica, apoio às ações de recuperação dos recursos hídricos.
Universidades, ONGs e outras entidades do terceiro setor podem apresentar propostas que tenham a finalidade de preservar a água doce. Os projetos serão selecionados pelo governo para que empresas privadas os financie. Requisitos e demais regras para participação serão divulgadas no site do MDR nos próximos dias.
“Na primeira fase, o edital captou mais de R$ 200 milhões para quatro bacias hidrográficas dos biomas brasileiros que têm menor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]. Os recursos foram captados com empresas privadas, que estão investindo na preservação e recuperação das nascentes dessas bacias”, lembrou Rogério Marinho.
A segunda fase vai ampliar a iniciativa para todo o Brasil. “Estamos saindo do leito originário e abraçando todo o território nacional. Vamos fazer essa ponte entre iniciativa privada e órgãos do terceiro setor, sempre na perspectiva de tratarmos a revitalização das bacias hidrográficas”, discursou o ministro durante o evento.
Também nesta segunda-feira, Marinho assinou acordo de cooperação técnica com o governo de Minas Gerais para apoio e implementação de projetos no estado do Centro-Oeste.
Jornada das Águas
O evento da manhã desta segunda-feira marca o início da Jornada das Águas. A iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional durará 10 dias e percorrerá 10 estados do Brasil com entrega de obras e liberação de recursos relacionadas a projetos que envolvem a preservação e a distribuição de água. O objetivo é dar destaque para as ações em todo o país relacionadas ao recurso natural.
O Brasil tem 12% de toda a água doce do mundo. O Norte do país reúne 68% desse recurso natural essencial para a vida. Já o Nordeste tem somente 3% da água doce do território nacional e parte da população ainda sofre com a seca severa.
Segundo o MDR, as obras e outros programas do governo federal têm objetivo de mudar esse cenário.
São 35 milhões de cidadãos sem acesso a água tratada e 60 milhões moram em cidades com risco de racionamento, de acordo com o MDR. Quando considerados os habitantes que vivem em locais sem coleta de esgoto, o número cresce para 100 milhões.
Eixos
A Jornada das Águas é dividida em quatro eixos. O primeiro é o de infraestrutura, que contempla inaugurações de obras e anúncios de intervenções que levarão água aos moradores das regiões mais secas do país. O segundo eixo é o de sustentabilidade, que reúne ações de saneamento básico e de preservação, conservação e recuperação de bacias hidrográficas.
A iniciativa contempla ainda desenvolvimento econômico e social, com apoio à organização de arranjos produtivos locais, visando geração de emprego e renda nas cidades. Por fim, há a melhoria de governança, eixo no qual deve ser lançado o novo Marco Hídrico do país.
Rogério Marinho disse que “a água é o principal insumo estratégico do país”.
“Não existe desenvolvimento econômico sem água. Ela está nos alimentos que exportamos, na energia, na indústria, na saúde… Sem ela não há vida. É por isso que o governo do presidente Jair Bolsonaro vem atuando para garantir que a água chegue às pessoas, mas também para que ela seja preservada e continue disponível para as próximas gerações”, afirmou.
*Por questões de logística, a repórter viajou em aeronave da FAB. O Metrópoles arcou com todas as despesas de alimentação e hospedagem