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Governo federal gasta R$ 400 milhões por mês com terceirizados

Em alguns órgãos, como no Banco Central, salário pode chegar a R$ 23 mil. O valor nos contracheques pode ser maior, ultrapassando R$ 50 mil

atualizado

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1 de 1 esplanada brasilia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A lista de terceirizados do governo federal, divulgada pela Controladoria-Geral da União (CGU), mostra que 87.766 mil pessoas trabalham para o Executivo mediante contratação.

Os gastos do governo chegaram, em dados divulgados e analisados pelo (M)Dados, núcleo de tratamento de grandes volumes de informação do Metrópoles, a R$ 408 milhões por mês. Isso, se considerarmos a última atualização da CGU, feita em maio. Em janeiro, esse valor chegou a R$ 449 milhões, gastos com 97,8 mil funcionários.

A análise também aponta que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem o maior número de contratados. No órgão, são 16.073. Mas o gasto mensal do órgão com os terceirizados não é o mais alto da estrutura federal. O INSS perde para a Fundação Oswaldo Cruz, que desembolsa cerca de R$ 57,1 milhões por mês.

Entre os que mais ganham, um jornalista do Banco Central está no pódio. São R$ 23,8 mil por mês. Em segundo lugar, figura um pesquisador de engenharia mecânica, que tem salário de R$ 20.321,34. Quem fecha o pódio é um tecnólogo em gestão administrativo-financeira, que recebe pouco mais de R$ 20 mil. Isso, claro, se não for considerado o custo total de cada funcionário, ou seja, valores que vão além do salário. O contracheque de terceirizados do Executivo pode chegar a quase R$ 58 mil por mês para uma pessoa.

Entre os prestadores de serviço, a maioria ocupa cargo que não exige ensino superior, como vigilante, recepcionistas e faxineiros. No entanto, existem contratos com engenheiros, médicos pediatras, neurocirurgiões, arquitetos e até cronoanalistas.

Atraso nos dados
A CGU divulga os dados de contratação de terceirizados a cada quadrimestre. Este ano, porém, o órgão só havia divulgado os dados de janeiro. Após o contato da reportagem, a CGU atualizou a plataforma de informações com a estatística de maio.

Segundo a assessoria de comunicação da CGU, a demora na publicação dos dados ocorre por questões “técnico-operacionais”. O órgão não explicou as falhas e ainda não publicou o balanço de setembro.

Versão oficial
O Banco Central informou que não há irregularidades nos pagamentos. Segundo o órgão, por meio de processo licitatório foi selecionada uma “empresa para a prestação dos serviços técnicos especializados em consultoria e assessoria de comunicação”.

“Pela execução dos serviços, o Banco Central realiza pagamentos mensais de valor global à empresa. Esses serviços são executados por jornalistas contratados pela empresa, não havendo qualquer vínculo entre o jornalista e o Banco Central”, destaca, em nota.

O Metrópoles entrou em contato com os demais órgãos citados na reportagem, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. O espaço continua aberto a manifestações.

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