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Governo federal bloqueia R$ 627 milhões de universidades e institutos

Segundo as instituições, a retirada dos recursos inviabiliza pagamento de contas na reta final de 2022, incluindo bolsas e serviços básicos

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Estudantes caminham pelo corredor do ICC, o Instituto de Ciências Centrais, principal prédio da Universidade de Brasília (UnB)- Metrópoles
1 de 1 Estudantes caminham pelo corredor do ICC, o Instituto de Ciências Centrais, principal prédio da Universidade de Brasília (UnB)- Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O novo bloqueio de verbas do governo federal retirou R$ 627.784.706 de universidades e institutos pelo Brasil, nesta quinta-feira (1º/12). O tamanho do prejuízo foi calculado pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad).

Segundo o Forplad, as universidades amargaram a perda de R$ 431.813.332, enquanto os institutos sofreram prejuízo de R$ 186.751.555. De acordo com as instituições, os impactos do novo bloqueio são “terríveis”, e grande parte dessas entidades não tem condições de fechar as contas do ano sem esses recursos.

Na reta final da gestão de Jair Bolsonaro (PL), o governo federal disparou diversos bloqueios orçamentários. Na quinta-feira (1º/12), o Ministério da Economia bloqueou verbas de universidades e institutos federais, pouco depois do desbloqueio anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). A pasta havia liberado R$ 344 milhões para as instituições, que acabaram retidos na última segunda-feira (28/11).

Cortes no Distrito Federal

No Distrito Federal, a Universidade de Brasília (UnB) perdeu R$ 17 milhões. Segundo a reitora Márcia Abrahão, a instituição não tem mais dinheiro em caixa para qualquer pagamento, incluindo despesas com o restaurante universitário e os projetos de pesquisa.

“Neste ano, particularmente, tanto a UnB quanto as demais universidades federais estão repondo as aulas que tivemos de suspender durante o pior período da pandemia. Isso significa que nós estamos com mais estudantes nos campi. Agora, em dezembro, estamos tendo aula. Em janeiro, vamos ter aula. E, consequentemente, mais despesas com o restaurante universitário, com assistência estudantil para um recurso que já estava menor e que, agora, foi cortado”, criticou a reitora da UnB, Márcia Abrahão.

A reitora do Instituto Federal de Brasília (IFB), Luciana Massukado, ressalta que o bloqueio impacta os pagamentos de mais de 3 mil bolsas da assistência estudantil.

“Se não chegar orçamento e financeiro, não fecharemos o ano. Algumas empresas já começaram a nos ligar. É urgente a reversão desse bloqueio e a disponibilização do financeiro”, alertou.

Metrópoles tentou contato com o Ministério da Economia e o MEC sobre a situação. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações das pastas.

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