metropoles.com

Governo fecha proposta para endurecer fiscalização do mercado de ouro

Pasta criou grupo de trabalho e estabeleceu principais medidas para aumentar controle sobre compra e venda de ouro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
garimpo de ouro no rio madeira
1 de 1 garimpo de ouro no rio madeira - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Ministério da Justiça e Segurança Pública finalizou o texto da medida provisória que pretende aumentar as normas e controle de origem, compra, venda e transporte do ouro em todo o território nacional. A “MP do Ouro” foi assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em 17 de abril.

A MP será assinada, também, pelos ministérios da Fazenda, de Minas e Energia, Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, que participaram de sua elaboração. Depois disso, a medida seguirá para a Casa Civil.

A proposta nasceu a partir de um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Acesso à Justiça (Saju), que tem entre seus objetivos o combate ao crime organizado na Amazônia. Entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade, segundo o estudo “Raio X do Ouro” do Instituto Escolhas.

“É um passo muito importante que estamos dando agora e, quando a MP do Ouro for totalmente implementada, vai significar um rigor muito maior do que a gente vê atualmente para a extração e comercialização do ouro”, destaca o secretário da Saju, Marivaldo Pereira.

Segundo o Ministério da Justiça, entre os principais objetivos da MP do Ouro estão o estrangulamento das atividades de esquentamento do ouro ilegal extraído de territórios indígenas e das unidades de conservação e o fechamento das brechas legislativas utilizadas para burlar o controle de fiscalização do governo sobre a cadeia do ouro.

“Hoje, no Brasil, há menos controle sobre o ouro do que sobre a madeira ou sobre a carne. Com a medida provisória apresentada e já pactuada com todos os órgãos do governo, o indivíduo que for vender o ouro terá uma série de mecanismos de regulação”, complementa o secretário Marivaldo Pereira.

A Medida Provisória foca em cinco pontos principais:

arte com pontos listados

Sem “presunção de boa-fé”

A confecção da medida provisória pelo Ministério da Justiça acontece após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a aplicação da “presunção de boa-fé” para o comércio de ouro.

Na decisão, publicada em 4 de abril, o magistrado determinou que o governo federal adote um conjunto de regras para a fiscalização do mercado do metal, especialmente em relação à origem do produto.

Gilmar suspende aplicação da “presunção de boa-fé” no mercado de ouro

A “presunção de boa-fé” está prevista em uma lei de 2013 que permite que o ouro seja comercializado no país apenas com base nas informações fornecidas pelos vendedores do produto.

“As presunções, trazidas no diploma legislativo impugnado, relativas à legalidade do ouro adquirido e à boa-fé do adquirente simplesmente sabotam a efetividade do controle de uma atividade inerentemente poluidora (e nessa medida chocam com o corolário do princípio da precaução, que possui assento constitucional), uma vez que não apenas facilitam, como servem de incentivo à comercialização de ouro originário de garimpo ilegal”, ressaltou o ministro em sua decisão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?