Governo exonera coronel que estava à frente da Funarte
Órgão é responsável por promover e incentivar a produção cultural. Ainda não foi indicado um substituto para o cargo
atualizado
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O governo federal fez a quinta troca na presidência na Fundação Nacional de Artes (Funarte): exonerou o atual presidente, coronel Lamartine Barbosa Holanda.
Assinada pelo secretário-executivo da Casa Civil, Sergio José Pereira, a decisão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite de quarta-feira (31/3).
Ainda não houve a nomeação de um substituto. A Funarte é responsável por promover e incentivar a produção cultural.
O coronel da reserva do Exército assumiu o cargo em setembro de 2020 e foi o quinto presidente da fundação no governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Em nota, a Secretaria Especial de Cultura informou que a troca faz parte de uma “restruturação” do órgão.
“A reorganização estrutural está em curso para que a população e os produtores culturais possam acompanhar, diariamente, e utilizar de suas instituições culturais de forma clara, rápida e objetiva”, destaca o texto.
Antes de Lamartine, passaram pelo posto Luciano da Silva Querido, Dante Mantovani (duas vezes) e Miguel Proença.
Lamartine tem experiência em logística e já presidiu a Câmara de Comércio Brasil-Albânia. O coronel é especialista em planejamento de ação estratégica, preparação de recursos humanos e coordenação de processos empresariais. Também concluiu curso de roteirista na Escola de Cinema de São Paulo.
Polêmicas na Funarte
O coronel foi nomeado, à época, para estancar a crise na Funarte. O antecessor do militar, Luciano Querido, não tinha formação nem experiência voltada para a área cultural. Ele vinha ocupando de forma interina, desde 7 de maio, a presidência da fundação.
Mantovani, por exemplo, foi afastado logo após a posse da ex-secretária de Cultura, atriz Regina Duarte. Ele chocou o mundo artístico e a opinião pública ao declarar que “o rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa o aborto, que ativa o satanismo”.
Mantovani entrou na Funarte na gestão de Roberto Alvim, demitido da Cultura por manifestações de cunho nazista.